terça-feira, 9 de julho de 2019

CRÔNICA - Hora de Voar (ES)


Hora de voar
Edmar Santos*


Prepare-se. Você nasceu e o processo de aprender a voar geralmente é longo para a maioria de nós – humanos não alados. Voos prematuros? Sim, acontecem.

O início é sempre de dependência absoluta do outro; seremos carregados nos braços de quem nos ensinará a dar os primeiros passos. A fragilidade é nossa marca de nascença.

Joelhos e mãos no chão; um arrastar por pequenos espaços serão prospecções do quanto teremos que caminhar. Para onde? “Para a esperança”, é a resposta mais conveniente – creio!

Segurando na mão de quem nos sustenta em pé, ensaiamos o primeiro passo de inúmeros que se sequenciarão, enquanto não voarmos. Aos sem asas, primeiro cabe caminhar, antes da pretensão do voo. Para onde? Para onde nasce a esperança; parece-me ser uma resposta adequada à incerteza do futuro. Creio!

Assumimos nossos próprios passos e seguimos os caminhos de nossas escolhas. Agora somos livres; independentes para a fase final do processo. Quanto tempo durará? O tempo necessário ao alcance do que se “esperançou”. Até onde podemos esperançar? Você é o seu limitador. Ou seja, o vento está a soprar, se souber aonde que ir, ele o levará; se não souber, o levará mesmo assim.

Alguns se prepararão por toda a vida para voar, apenas por esse céu que os olhos alcançam. Outros alçarão voos mais longínquos e alcançarão o “terceiro céu”, ou até outros céus, conforme esperançar. A energia que nos move e que nos faz ser o que somos, sairá desse casulo que chamamos corpo, e alçará o voo que nos é uma certeza imposta ao nascermos. Voaremos por fim.


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