Intervalados – Vida A dois
Edmar Santos*
Há aqueles momentos
em que eu me sinto mais eu; percebo você sendo mais você. Geralmente se dá
naquelas fazes em que nossos comportamentos se combinam justamente na
heterogeneidade de personalidades. O objetivo comum prepondera.
Noutras horas,
parece até que somos clones um do outro – e é sempre mais difícil conviver
consigo mesmo – já morei sozinho, sei como é! Demora acostumar sempre com a
mesma imagem no espelho, ou seja, só nossa própria cara.
Intervalamo-nos assim,
eu querendo ser você e você querendo ser eu – inconscientemente, claro que sim!
A questão é que se demora a entender o lado de cada um. É sempre melhor o lado
da cama que o outro se deita!
Conheci pessoas que em
situações semelhantes procuraram a ajuda de analistas; pode até ajudar! Mas no
nosso caso certamente ele diria: Olha, bem-vindo à vida a dois; estão juntos há
pouco tempo, percebe-se. Entendi! Não importa quantos anos, sempre será pouco
tempo.
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