domingo, 23 de agosto de 2015

CRÔNICA - A Elegância do Chapéu (WI)



A ELEGÂNCIA DO CHAPÉU

Wilson Ibiapina*

Pegue um retrato do início do século passado e vai ver que as pessoas, homens e mulheres, estão todos de chapéu. Do rico ao pobre, do menino ao velho. Como todos ficavam elegantes!

A moda desapareceu quando eu comecei a gostar de usar chapéu. Numa viagem que fiz ao exterior nos anos 90, com um grupo de jornalistas, todos usávamos uma proteção na cabeça  bonés, gorros, por causa do frio. 

Mas,  dois desses companheiros – Pedro Rogério e Jorginho Costa Neves – usavam chapéus-coco, de feltro, forrados e com aquela faixa de couro perto da borda, chamada de "carneira", que serve de proteção contra suor da cabeça. Caros. Hoje então, porque raros, mais caros ainda. 



Pedro Rogério
 com seu tradicional chapéu
Depois da viagem, Pedro Rogério me deu de presente o chapéu que ganhara do pai, Vivaldi Moreira. Isso me motivou e comecei a comprar chapéus por onde passava. Depois ele pegou o dele de volta, mas minha coleção já estava formada. Coleciono também bonés, gorros, sombreiros mexicanos e akubras australianos, que é o chapéu de pelo de coelho. Tenho de palha, de pano e de fibra de coqueiro. 

Não  lembro  de meu pai de chapéu,  mas meus avós, lá na Serra Grande, no Ceará, ainda usavam. Coronel Pedro Ferreira e major Moises Aarão Ibiapina (ambos da Guarda Nacional) cobriam a cabeça com chapéus de massa de abas curtas e longas.

  Minha coleção de chapéus 
O chapéu é usado desde os tempos primitivos para proteger a cabeça do Sol, do frio e da chuva. As intempéries climáticas continuam, mas o homem parou de usar chapéu. A vida moderna nas cidades deixa as pessoas menos expostas ao tempo. 


 Paulo Brossard 
Aqui em Brasília, os últimos políticos a guardar seus chapéus na Chapelaria do Congresso Nacional foram o gaúcho Paulo Brossard e o piauiense Flávio Marcílio. Pelas ruas da Capital, quando faz frio ou muito calor, ainda encontro Pedro Rogério e Jorginho Costa Neves com os chapéus herdados dos país. Carlos Henrique de Almeida Santos imita o pai dele e os dois  podem ser vistos de chapéu ou boina. 

Até hoje há formatos de chapéus que marcam seus usuários. Não precisa descrever, basta dizer o nome que você lembra o estilo, tipo chapéu Santos Dumont, Fernando Pessoa, Napoleão Bonaparte, Lampião, Indiana Jones ou Chapeuzinho Vermelho. 

É de tirar o chapéu para essa moda que deixava as pessoas elegantes e protegidas. Hoje, apesar de fora de moda, continuo usando chapéu. Só tiro na igreja,  quando ouço o hino nacional ou quando estou diante de uma dama.


Jornalistas Lúcia Fernandes
e Manuela Castro
Em Lisboa, com Ana Maria, 
Edilma, Jeferson e Jorge Oliveira


*Wilson Ibiapina
Jornalista
Diretor da Sucursal do Sistema Verdes Mares 
de Comunicação em Brasília - DF
Titular da Cadeira de nº 39 da ACLJ

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