quarta-feira, 23 de agosto de 2017

SONETO DECASSÍLABO PORTUGUÊS - Sesta Serrana (VM)


SESTA SERRANA
Vianney Mesquita*


Breve será uma esperança, mas quão suave é a lembrança!
(RAMON DE CAMPOAMOR)


No tépido vagar da paz serrana,
Ao ler o Nedda (de Giovani Verga),
Largando a rede, me dirijo à enxerga,
Para sonhar com a culta Taprobana.


Cuido pra que a meditação não erga
Essa mandrionice de nirvana,
E os periquitos, em ruidosa ferga,
Cheguem a apagar-me a Costa Amalfitana.


Penso, nesta serril proeminência, na Itália, Portugal e Sri Lanka,
Em ferial e palmácea intermitência.


Enquanto o entusiasmo não estanca,
De agora reler tomei tenência


Obras Completas, de Florbela Espanca.





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