domingo, 11 de março de 2018

ARTIGO - Inteligência Luminosa (VM)



INTELIGÊNCIA LUMINOSA
Vianney Mesquita*



A terra, quando não é lavrada, produz abrolhos e espinhos, muito embora seja fértil; assim sucede com a inteligência dos seres humanos. (TERESA DE JESUS – santa católica espanhola. Gotarrendura, 28.03.1515; Alba de Tormes, 04.10.1582).



Experimentei a dita de trabalhar sob as orientações do Prof. Roberto Cláudio Frota Bezerra, quando ele foi pró-reitor de Planejamento durante o reitorado do Prof. Hélio Leite, de 21 de junho de 1987 a 20 de junho de 1991, na Universidade Federal do Ceará.

Ali desenvolvi ocupações burocráticas e acadêmicas, sem prejuízo da carga docente, como assessor especial do Magnífico Reitor, cujo chefe de gabinete era outro paredro da história institucional (como, também, ainda hoje, é esse Reitor), o Prof. Antônio Valdinar de Carvalho Custódio (falecido), do qual Roberto Cláudio havia sido pró-reitor adjunto de Assuntos Estudantis, da administração anterior, do Prof. José Anchieta Esmeraldo Barreto.
       
Pessoa jejuna em administração universitária, porém, eu recebia os lineamentos e instruções, absolutamente irrepreensíveis, procedentes do já experiente e arguto intelectual móvel destes comentários, o qual veio a se projetar magnificamente, por habilidade e competência pessoais, na contextura da educação nacional, em vários cargos (não políticos), merecidos e bem desempenhados, entre os quais dois mandatos como dirigente-mor daquela Academia e presidente do Conselho Nacional de Educação.

Este celebrado professor brasileiro é uma das maiores inteligências do País, na seara educacional, cultural e política, e, dos nomes que, até hoje, compuseram a U.F.C., desde sua instituição, em 1954, pelo Prof. Antônio Martins Filho, no meu sentir, ele, em verdade e com justiça, está entre essas dez magnas personalidades do enredo institucional, ao lado de Martins Filho, de seu pai, Prof. Prisco Bezerra, dos mencionados Anchieta Barreto e Hélio Leite, de seu irmão, Prof. José Tarquínio Prisco, Reitor Ícaro Moreira, de meu conterrâneo Prof. Francisco Antônio Guimarães, do Prof. José Liberal de Castro e do Prof. José Neudson Bandeira Braga.

Cumpre evidenciar, por oportuno, o fato de que há uma lista de, no mínimo, duzentas figuras, masculinas e femininas, postadas no mais elevado patim da inteligência do nosso Estado, que foram/são parte da Universidade Federal do Ceará, as quais, ao lado do Prof. Roberto Cláudio, dignificam a existência desse instituto, como, exempli gratia, a excelsa figura do Prof. Faustino de Albuquerque Sobrinho, bem como do excepcional sociólogo e ex-reitor, Prof. Paulo Elpídio de Meneses Neto, do atilado administrador e suprassumo das Ciências Matemáticas, o Prof. Ciro Nogueira Filho, e tantas outras personalidades de escol, conforme sói ser o Prof. Manassés Claudino Fonteles, ex-reitor da UECE da Universidade Mackenzie... E tantos e tantos!

Roberto Cláudio surpreende, principalmente àqueles que o não conhecem, com a simplicidade de trato, poder argumentativo, logicidade do raciocínio, segurança nas decisões, sucesso nas resoluções e, especialmente, vitória certa nas postulações, tudo isto acolitado pela imposição natural de respeito a sua pessoa. Ele vence até as patologias gravíssimas que já contraiu, nos derradeiros anos, e continua, sobranceiro, a operar ações civis de consequência vantajosa para a sociedade, “lépido e fagueiro”, como no chavão popular.

No final do derradeiro setembro, dei-lhe um abraço, quando do lançamento do seu livro, em parceria com outro fulgor da perspicácia intelectiva do nosso Estado, o Prof. Ítalo Gurgel. Há algum tempo, todavia, não converso com ele, quando até permutamos patranhas e piadas, mas acompanho com interesse o caminho triunfante de uma pessoa tão capaz, luminosamente industriosa (no melhor senso que esta palavra pode suportar) e padrão humano de comportamento, com vistas ao engrandecimento da nossa educação superior, da pesquisa acadêmica, da extensão universitária e – por que não expressar - da dignidade humana.

Ele ganha de mim em número de irmãos na UFC, pois tem quatro – Tarquínio, Teresa, Fernando Antônio e Lineu – e eu só tenho três – Teobaldo (que foi seu colega de turma na Agronomia), Vicente de Paulo e Fernando Antônio. Ganha tudo, de todo mundo! Esses meus irmãos têm a mesma opinião que eu a respeito dele em relação ao seu perfil de inteligência luminosa e predicados humanos insuperáveis.

Amigo leitor, eu o concito a não disputar com Roberto Cláudio Frota Bezerra, pois vai perder, e, se ganhar, com certeza, será uma vitória de Pirro de Épiro contra os Romanos, na batalha de Heracleia.

Folgo muito com o fato de me poder exprimir assim...


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