Syndulpho Câmara
Nascido em 26 de agosto de 1899, no município de Parnaíba, no vizinho Estado do Piauí, tendo realizado os estudos primários e secundários na cidade de Manaus-AM, onde também concluiu o curso superior em Direito, na Faculdade Federal daquele Estado.
Ainda jovem, submeteu-se a concurso público federal, assumindo os Correios e Telégrafos, sendo lotado naquela capital, com funções até o início dos anos 40, quando veio transferido para Fortaleza-CE, exercendo cargos de relevância naquela instituição, até sua aposentadoria.
De raro talento, foi amante das letras e das artes deixando pequena, mas preciosa obra dentre poesias e prosas, imortalizadas no livro Caleidoscópio (gráfica Ranulpho 1968). Como pianista abrilhantou as vesperais e noites do saudoso Cine Majestic, fato ressaltado no livro Fortaleza Descalça do escritor Otacílio de Azevedo (1992).
Dentre as inúmeras atividades em que se destacou, distingue-se sua colaboração com o Jornal UNITÁRIO, dos Diários Associados, nos anos 60. Colaboração com Almanaque do Ceará, como diretor da sessão Álbum de Charadas - “Passatempo à Inteligência”, com o pseudônimo Synd, durante vinte e cinco anos initerruptos, publicação que reunia os maiores charadistas do país. A função de charadista, também, exerceu junto ao Almanaque da Parnaíba, por longo período. Foi ainda secretário da Sociedade Cearense de Numismática e Filatelia na gestão do saudoso e renomado Alcides Pinto, dado ser conhecedor e colecionador de expressão, destacando-se dentre seus integrantes à época os empresários Cláudio Augusto Teófilo e Flávio Rebouças, desta capital.
Distingue-se ainda de sua rara inteligência a participação como enxadrista em diversos torneios na capital cearense e em outras capitais, bem como sua habilidade com línguas estrangeiras, posto falar e escrever fluentemente o francês, o inglês, o espanhol e latim, o que lhe permitiu, também, exercer a função de tradutor, sendo bastante requisitado.
O seu falecimento deu-se em 06 de fevereiro de 1967, no município de Capistrano de Abreu, neste Estado, onde residia com a filha desde a viuvez.
Fato peculiar ao seu nascimento deve-se a ter ocorrido no interior de um navio mercante, no porto de Luiz Correia-PI, tendo sido ali mesmo registrado por seu pai, à época fiscal aduaneiro; Syndulpho jamais voltou à cidade, portanto não conheceu sua terra natal.
A mercê de sua reconhecida inteligência e da cultura de que era possuidor, era um homem de hábitos simples e de vida pincelada pela humildade, voltado às artes, à família e ao trabalho, sendo aqui representado por um de seus filhos, Francisco José Martins Câmara, Desembargador do TJCE.
Fonte: Acadêmico Altino Farias
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