terça-feira, 15 de dezembro de 2020

CRÔNICA - Troca de Espelhos (ES)

 TROCA DE ESPELHOS
Edmar Santos*

 

Criamos fantasias sobre nós mesmos, que tendem a nos afastar de nosso próprio Eu, e isso se dá quando fugimos das relações com os outros. Isolar-se. 

O isolamento nos leva a indagarmos a nós mesmos diante do espelho, como na história encantada: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais... (qualquer coisa), do que eu?”. Narcisismo ou autocondenação. Equívoco. 

O uso do espelho errado, nosso auto-olhar, constrói ideias aceitas como verdades, mas que, por vezes, surgem sobre uma imagem equivocada. O espelho que melhor nos reflete é o olhar do outro através das relações, pois nos projeta não como imagem invertida, distorcida, equivocada, narcisista ou autopunitiva; mas nos mostra a imagem real refletida pelo olhar que não é o nosso. 

Podemos não concordar com a imagem que nos mostram de nós e isso é construtivo; nesse momento, algo evolutivo acontece. É que criamos a nossa oportunidade de trocar o espelho por algo ainda mais potente, que surge pelo momento do confronto das verdades expostas pelas relações, o prisma. Refrata as verdades. 

Quando fugimos das relações e buscamos o isolamento, estamos fugindo de nós mesmos. Uma atitude que nos traz adoecimentos, pois, certamente “é impossível fugirmos de nós mesmos”. Somos relacionais. 

O melhor a fazer é sair e buscar no outro, o entendimento pela confrontação das ideias; porque é sempre “possível nos reencontrarmos com o nosso próprio Eu”, por essa ação. Imagem real.

 

2 comentários:

  1. Excelente contextualização, porém um desafio constante por em prática a busca do "eu" sem um apoio👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

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