quarta-feira, 13 de julho de 2016

CRÔNICA - O Café Iracema e o Salão Rex (TL)


O CAFÉ IRACEMA 
E O SALÃO REX
Totonho Laprovitera*


Noutro dia, passando pela Praça dos Voluntários, no Centro de Fortaleza, deparei-me com a esquina do prédio onde ficava o Café Iracema, de propriedade do meu avô Miguel Laprovitera, na primeira metade do século passado. Hoje, o edifício abriga uma sapataria.

O Café Iracema era ponto de encontro de representativa parte da intelectualidade fortalezense, de maneira especial, a dos jovens. Políticos, autoridades, advogados, doutores, comerciantes e estudantes por lá passavam para tomar café e merendar os deliciosos bolos que a minha avó Marianna preparava. Foi lá onde, no pós-guerra, o Vovô inaugurou uma grande novidade: a primeira máquina de fazer pipoca de Fortaleza. Foi com ela que ele conseguiu se recuperar financeiramente do enorme prejuízo que o famigerado quebra-quebra lhe causou.


Agora, uma coisa me deixou surpreso. Vizinho ao prédio do Café, ainda existe o Salão Rex, onde Vovô Miguel levava a mim e meu irmão Gera, para cortar o cabelo. Lembro que o barbeiro tinha uma enorme unha no dedo mínimo da mão esquerda, que me dava uma gastura lascada perto dos meus olhos, causando a impressão de que iria furá-los. Ainda hoje guardo essa desconfortável sensação.


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