A CRIMINALIDADE
EM DEBATE
Rui Martinho Rodrigues*
Foi publicada estatística do crime. O
homicídio (incluindo latrocínio e lesão corporal seguida de morte) continua
crescendo. O desarmamento civil foi feito contrariando a consulta popular,
prometendo que teríamos menos crimes. É uma lógica segundo a qual as armas
ensejam o crime de ocasião, nos momentos de insensatez; o suicídio seria
facilitado do mesmo modo; e a reação armada aos assaltos é estimulada pelas
armas, levando ao desastre. Os fatos, porém, não colaboram com esta lógica.

Um segundo aspecto do desarmamentismo é o
caráter falacioso da lógica apresentada. Alegar que praticou o crime sob
violenta emoção é um direito da defesa. Mas não sabemos quantos destes crimes
realmente foram praticados em tais circunstância, nem quantos foram alimentados
durante anos pelo ódio de sociopatas. Julgar o balanço entre os alegados crimes
de ocasião e a violência evitada pelo efeito dissuasivo das armas, exigiria a
comparação quantitativa entre os dois fenômenos. Quantas vezes um tiro de
advertência ou simples saque antecipado de uma arma evitou uma violência é um
fato sem registro. Não se fazem boletins de ocorrência da violência evitada.

Entre os ricos: Israel, com a população mais
armada do mundo, 2,2. E tem o conflito com a população árabe lá dentro. Nem é
preciso lembrar a transferência da responsabilidade das pessoas para os
objetos, uma loucura; nem que a escassez de um bem leva aos bens substitutos:
quem não tem arma de fogo mata com outra coisa. Na Idade Média a violência era
endêmica. Convicções ideológicas e prazer narcísico de ser “do bem” obscurecem
os fatos.
Quem já sabe como são feitas as teses “politicamente
corretas” nas universidades não se surpreende que falácias sejam associadas ao
nome de instituições prestigiosas.
Fortaleza, 01/11/17
Publicado no blog da ACLJ e no jornal on line
focus.jor
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