O CEARÁ EXPORTA
ÁGUA PARA O EXTERIOR
Cássio Borges*


O
caso do açude Coremas é semelhante ao do açude Castanhão, no Ceará. Aqui também
os doutos projetistas desse açude previram uma hidroelétrica de 12 MW nessa barragem,
que, felizmente, ela nunca foi
instalada.Não tem nenhuma lógica uma barragem de estiagem na região nordestina
ser, também, destinada, para geração de energia. O presente caso do açude Coremas
é uma prova insofismável do que estamos dizendo.
Entretanto,
os gestores da água no Estado do Ceará cometem erro semelhante ao não controlar
a água dos açudes que, ainda este ano, em plena seca, segundo nos consta, continua
sendo usada para irrigação para atender
interesses de poderosos grupos empresariais ligados a essa atividade.
Enquanto isto, a população cearense está sendo sacrificada, exigindo-se enormes sacrifícios para racionar o uso deste insumo em suas residências. Temos informações de que é no chamado Eixão das Águas onde está o maior consumo de água para fins econômicos, chegando a se equivaler ao consumo de grande parte da Região Metropolitana de Fortaleza. Qualquer um pode usar a água que quiser, desde que pague o preço cobrado pela COGERH, que dispõe de cerca de 700 funcionários para este objetivo.
Observa-se
que a gestão dos recursos hídricos no Ceará se resume na venda da água dos
açudes do DNOCS, que já alcançou, segundo nos consta, a elevada arrecadação
anual de US$ 100 milhões, decorrente da exportação de frutas e hortaliças para
a Europa e Estados Unidos, lembrando que para cada quilo de melão exportado são
agregados cinco litros d’água.
São
milhões de metros cúbicos d’água exportados pelo Porto do Pecém. E nós, os otários consumidores, é que estamos
pagando pela incompetência e falta de transparência dos que estão à frente da
gestão deste importante insumo em nosso Estado.
(Artigo publicado na edição de 25 de outubro do Jornal o Povo).

(Artigo publicado na edição de 25 de outubro do Jornal o Povo).
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