sábado, 13 de janeiro de 2018

SONETO DECASSILÁBICO PORTUGUÊS - Êxtase Temporário (MC-VM)


ÊXTASE TEMPORÁRIO
Márcio Catunda* – quartetos
Vianney Mesquita** – tercetos


O tempo é uma lima que trabalha sem fazer ruído. (H. G. BOHN, editor britânico Londres, 04.01.1796; Twickeham – UK – 22.08.1884).


É como se eu vivesse além do agora,
Num silêncio infinito, sem idade,
O êxtase que o tempo deteriora,
Mas existe, sem pulso de ansiedade.

Música de deleite, que em mim mora,
Dádiva calma, em que a voracidade
Não aturde; nem o medo apavora:
Essa intangível, fluida realidade.



Ah! Quem me dera fosse esse transporte
Do meu viver um eterno consorte,
Inautenticamente arrebatado!

Assim, inoperância deste porte,
Subitanea, no entanto, invoca a morte
E me faz sempre acerbo e atribulado.











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