sexta-feira, 11 de junho de 2021

CRÔNICA - Luz (PN)

 LUZ
Pierre Nadie*


"Luz, mais luz!"
(Últimas palavras do polímata alemão Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832)

  

Quem já madrugou, teve a oportunidade de acompanhar o amanhecer. 

Quando surge a “barra do dia”,  as sombras da noite, aos poucos vão se afastando, mas não antes de chocar-se com raios da claridade que começam a surgir. Vê-se um misto de escuridão que se mistura com a claridade, como fantasmas que surgem ou desaparecem, quais lancinantes  movimentos brownianos, antes do lusco-fusco, que se anuncia.


Trevas e claridade engalfinham-se e, por algum tempo, a penumbra não permite vislumbrar o nocauteador, porém, aos poucos, recolhe-se a escuridão, enquanto, paulatinamente, o sorriso do dia escancara-se vitorioso.

Este fenômeno diário passa, muitas e muitas vezes, despercebido, no entanto traz uma grande lição de vida. 

A luz não tem pressa, porém, persiste, não arreda o pé, não desiste e continua firme. Assim, os males, os problemas, as dificuldades, que surgem na vida não são superados abruptamente. Eles são noite, que deve se aproximar do alvorecer. 

Acontecem, muitas vezes, em nossa vida, mas, não são “fenômeno”. Constituem-se em  momentos inexoráveis, que põem à prova a força e a impavidez da persistência, da paciência, da determinação, da fé, mas, diferentemente, do “fenômeno”,  têm como protagonistas  a robustez da resiliência e a ousadia da pró-atividade. 

Luz afugenta escuridão e permite o ver do olhar.


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