sexta-feira, 11 de junho de 2021

APELO - Chega! (CA)

 CHEGA!
Cândido Albuquerque*

 

Perdoem-me o desabafo, mas já passou da hora de o Estado defender as nossas crianças. A busca de consenso não pode perder o viés da responsabilidade com o futuro das nossas crianças vulneráveis. A distância entre a escola pública e a escola privada está se agigantando. A desigualdade social pela ausência da escola já é uma realidade. 

Na verdade, já não faz mais sentido a suspensão de nenhuma série de ensino médio! Chega! Os países do primeiro mundo já voltaram! Se não por respeito, que seja por compaixão, mas vamos devolver o futuro das nossas crianças economicamente vulneráveis! Não tenho visto ninguém defender de forma destemida o direito dos alunos das Escolas Públicas. Não adotar medidas que assegurem o retorno às aulas presenciais, agora, é crime! 

Não temos o direito de fazer esse absurdo com as nossas crianças! Agora já não estou preocupado com as críticas! Podem me chamar do que quiserem, mas decidi dar voz aos jovens “sem-escola”!

Como explicar que não voltem às aulas presenciais se os professores já foram vacinados? Nos países que levam a educação a sério, as aulas presenciais voltaram antes da vacina. Por isso são de primeiro mundo. Aqui, nem com vacina. 

Senhores, nossas crianças estão há mais de um ano sem aulas presenciais. Os ricos, bem ou mal, estudam de forma remota. Os pobres, filhos de pobres, morando em pequenas casas, quase amontoados, não podem sonhar com o mundo virtual, ainda que ganhem equipamentos. Continuarão cada vez mais distantes das oportunidades da vida. Estão sendo mortos pelo analfabetismo. 

Chega!  Analfabetismo mata!


Um comentário:

  1. Professor Cândido, é uma indagação já feita para vários colegas, sobre essa demora do início das aulas. Compreendo o receio de muitos professores sobre a doença, mas imagino a defasagem escolar que encontrarão nas salas de aulas dos rincões mais distantes e para aqueles alunos que vivem em situação de vulnerabilidade e risco social. Será um cenário de quase dois anos de obstáculos para superar já no díficl contexto educacional brasileiro. Uma tarefa que rogo poder ajudar!

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