13ª ASSEMBLEIA
ANIVERSÁRIA
DA ACLJ
Obteve sucesso pleno a 13ª Assembleia Geral Aniversária da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, a ACLJ, ocorrida na noite do dia 06 de maio, no auditório principal do Palácio da Luz, no centro de Fortaleza, conduzindo o cerimonial o acadêmico Vicente Alencar.
O evento recebeu do representante da Marinha de Guerra Brasileira ali presente, Capitão de Fragata Daniel Rocha, Comandante da Escola de Aprendizes-Marinheiros, a subida classificação de "BRAVO ZULU" – termo do jargão internacional dos homens do mar que indica ter sido a faina "impecável".
Na imagem, a Banda de Música do Exército, cumprindo a tradição de executar o Hino Nacional, e em seguida a Ode Alencarina, o hino da ACLJ, na abertura das Assembleias Gerais da ACLJ.
Da Mesa Diretiva, após a Clarinada Triunfal, pelo Arauto Jean Navarro, o Presidente da ACLJ Reginaldo Vasconcelos, finalizando a sua fala inicial, que abaixo reproduzimos, pediu um minuto de silêncio pelas vítimas da tragédia climática que atinge o povo gaúcho no momento.
Também compunham a mesa o Professor Doutor Rui Martinho Rodrigues, Presidente Emérito; o Senador Lúcio Alcântara, na função de Presidente de Honra; o bibliófilo José Augusto Bezerra, Membro Benemérito; o Coronel Adyr Sampaio, e o Comandante Daniel Rocha, convidados especiais; e o Prof. Doutor Jório da Escóssia, Membro Consorte da ACLJ.
Na Mesa de Honra feminina estavam o Dra. Graça Dias Branco da Escóssia e a Dra. Manoela Queiroz Bacelar, ambas Beneméritas da ACLJ.
Durante a solenidade o advogado Geraldo de Lima Gadelha Filho tomou posse na Cadeira de nº 31 da quadraginta numerati da Instituição, patroneada por Pedro Henrique Saraiva Leão, sucedendo ao médico e professor José Maria Chaves, que fora jornalista e radialista no passado, o decano da casa, falecido em 04 de março deste ano.
Geraldo Gadelha recebeu a pelerine das mãos de sua mulher, Dona Laudecir, e o diploma lhe foi entregue pelo proponente do seu nome, o acadêmico Dorian Sampaio Filho. Ao final proferiu o seu discurso, com gentis referências ao acadêmico por ele sucedido e ao Patrono da Cadeira.
Na oportunidade a ACLJ prestou tributo póstumo
aos três acadêmicos mais recentemente
falecidos, Wilson Ibiapina, Cássio Borges e José Maria Chaves. Sobre a pessoa
de Ibiapina falaram o jornalista e acadêmico Fernando César Mesquita e o cantor
e compositor Raimundo Fagner, Membro Honorário; sobre Cássio Borges seu filho e
confrade Marcos André proferiu sentida fala; e sobre José Maria Chaves
pronunciou-se o confrade Vicente Alencar.
A chave de ouro do evento foi a entrega da Medalha Troféu Rachel de Queiroz – Honra ao Mérito Feminino à Dra. Graça Dias Branco da Escóssia, que lhe fora outorgada em dezembro do ano passado, mas que ela não tinha podido comparecer para receber na data azada, por motivo de viagem profissional.
A láurea lhe foi entregue pelo Capitão de Fragata Daniel Rocha, Comandante da Escola de Aprendizes-Marinheiros no Ceará, em agradecimento ao patrocínio concedido pelo Grupo M. Dias Branco à restauração do “Navio de Pedra”, equipamento pedagógico daquela instituição militar de ensino.
Compareceram ainda, além dos já referidos, os acadêmicos Ulysses Gaspar, Totonho Laprovitera, Luciara Aragão, Adriano Jorge, Barros Alves, Aluísio Gurgel do Amaral Júnior, Dorian Sampaio Filho, Edmar Ribeiro, Stênio Pimentel Gomes, Altino Farias, Pedro Bezerra da Araújo, César Barreto, Sávio Queiroz Costa, George Tabatinga e o Benemérito Deusmar Queirós. Nas imagens, o tradicional brinde com vinho do Porto, a foto coletiva, e o coquetel de confraternização no salão nobre.
Minhas Senhoras e Meus Senhores.
Esta Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, a ACLJ, completou no último sábado 13 anos de existência, que transcorreram com grande êxito, como se pôde ver na sequência fotográfica projetada.
Nesse período produziu congraçamento entre os confrades, amigos das letras impressas ou expressas – seja no nobre pergaminho dos trabalhos livrescos, seja no papel jornal, rude e efêmero, seja nos microfones da radiofonia de Marconi – hodiernamente, também nas telas e telinhas eletrônicas.
A ACLJ tem realmente sido feliz na sua missão de produzir beleza artística e beletrística, promovendo grandes eventos culturais, acolhendo em sua casta mais distinta os beneméritos do Estado, os grandes mecenas, os principais promotores do progresso cearense, dentre eles três componentes desta Mesa.
Fazendo ainda
reconhecimento de valores literários, artísticos, empresariais, em nome da
sociedade cearense como um todo, pelo estímulo dos títulos de honra ao mérito
que concede.
Concomitantemente, buscando revelar, premiar e impulsionar novos talentos, como também trabalhando para o resgate da memória alencarina.
Mas, principalmente, fazendo o registro histórico dos fazeres e dizeres característicos do Estado, como na edição do glossário “Dialeto Cearense”, por exemplo, do “Manual de Redação Profissional”, e de biografias importantes, como a do recordista mundial, com 70 anos de militância ininterrupta na imprensa.
Falo de Lúcio Brasileiro, hoje aos 85 anos, cuja história de vida, desde a infância, foi prospectada e resenhada em obra monumental que está no prelo no momento, produzida pelos nossos melhores quadros acadêmicos, idealizada e viabilizada pelo Benemérito Beto Studart, que na data de hoje comemora o próprio aniversário com a família em Miami, e por isso está ausente.
Superando as perdas daqueles que inelutavelmente vão tendo que evoluir para outro plano da existência, deixando vácuos de saudade entre os que ainda permanecem na faina, vivemos, até aqui, momentos de muito afeto e muita luz, navegando entre os abrolhos do destino, manobrando a nossa nau literária e jornalística com denodo e alegria.
Porém, infelizmente, como sabemos, nesta quadra da História não vivemos anos dourados no Planeta, mas uma sáfara fase de guerras e de conflitos intestinos.
E o Brasil se insere de forma dramática nessa realidade deplorável de dissenções e intolerância – inclusive internamente às instituições e às famílias.
O País está imerso no que a sociologia denomina “polarização calcificada” – aquela de viés passional que não se pacifica no diálogo, nem se encontra um denominador comum para conjuminar ideias e ideais, para concatenar compreensões e colimar o objetivo nobre do bem comum e do progresso nacional.
Isso porque quando sentimentos odientos imperam, e o culto a personalidades divide as massas, a melhor lógica e o pensamento racional não funcionam.
A nossa confraria, embora laica, isenta e neutra, por força do seu próprio Estatuto, a ela pertencem católicos, protestantes, judaístas, umbandistas, espíritas, agnósticos – e ela não está imune à cisão de pensamento sobre qual seria a melhor solução para a Nação e para o Mundo.
Não obstante, estou certo de que entre os nossos confrades, todos livres pensadores, cada um é movido por absoluta probidade e boa-fé, pelas mais pias e humanitárias intenções, a partir dos princípios mais justos e honestos que imaginam e que concebem – embora cada qual pervagando uma das trilhas divergentes.
Todavia, quando, enfim, a bruma das paixões de dissipar, e ficar evidente a tese filosoficamente equivocada, os acadêmicos que a tenhamos perfilhado deveremos ter a bravura moral de reconhecer o nosso engano, para então recebermos a compreensão e a solidariedade fraternal daqueles dos quais vínhamos divergindo – tendo em vista que a matéria prima da nossa confraria são a fraternidade, a virtude, o talento, a beleza literária e a elegância jornalística – e não a discórdia humana e os conflitos sociais.
Em suma, para que
preservemos a higidez do ambiente acadêmico que reinou por treze anos, e para
que comemoremos muitos mais aniversários no mesmo clima afetuoso e fraternal em
que vivemos até hoje, o meu alvitre, o meu conselho, a minha proposta, é de que
todos assumamos o compromisso de nunca discutirmos entre nós convicções irremovíveis,
causando desperdício de tempo e desgastes pessoais, e de jamais tripudiarmos
contra aqueles inditosos confrades cujos castelos de areia imaginários
derruírem no futuro, pela evolução das evidências.
Muito grato,
Tenho dito.
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