REUNIÃO VIRTUAL DA ACLJ
(06.09.2021)
Wilson Ibiapina, tendo em vista a véspera do Dia da Pátria, abriu a reunião fazendo uma crítica retrospectiva histórica da Independência Brasileira, proclamada em 07 de setembro de 1822, pelo Imperador do Brasil Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon — Dom Pedro I.
Pontuou Ibiapina, desmistificando a História Oficial, que, na verdade, o Grito do Ipiranga é uma grande alegoria do ato político do Imperador, pois na verdade teria sido deliberado pela Imperatriz, Maria Leopoldina, arquiduquesa da Áustria, a primeira esposa de D. Pedro I, Imperatriz Consorte do Império do Brasil, Rainha Consorte do Reino de Portugal e Algarves. Segundo o jornalista, D. Leopoldina teria sido a grande mentora do Governo Imperial, "anjo da guarda de orelha" do marido Imperador.
Wilson Ibiapina registrou ainda que o famoso quadro de Pedro Américo, retratando o Imperador Pedro I dando o "grito" pela independência, às margens do Riacho Ipiranga, seria uma bela alegoria pictórica, que não corresponderia à realidade fática — até porque o Imperador aparece acompanhado de soldados de sua tropa de honra, todos em fardas de gala, quando se costumava viajar em roupas rústicas.
Nota ele que os belos cavalos montados por Pedro I e seu séquito, na imagem de Pedro Américo, não seriam as montarias adequadas para viagens prolongadas, no Século XIX. Tais deslocamentos seriam feitos com muares — ou em "lombos de burros" — que têm a resistência necessária, enquanto os cavalos, animais mais delicados, se prestavam melhor ao uso desportivo, e ao transporte urbano e suburbano.
Reginaldo comentou que, de fato, os pintores não se vinculam à realidade, mas ao simbolismo e à estética. Trajes e cenários, em pinturas artísticas, são arbitrários, perseguindo-se somente, nos retratos, a fidelidade das proporções corporais e dos traços fisionômicos dos modelos. A não ser no hiper-realismo, um moderno gênero em que se imitam as fotografias paradigmas.
Mas também é verdade que Dom Pedro (na época ainda o Príncipe Regente) estava em viagem oficial, em meio a conflitos políticos e militares, de modo que não seria absurdo que se fizesse acompanhar de sua guarda pessoal — hoje os Dragões da Independência — todos vestidos a caráter. Também é lembrar que nas viagens em que a pressa era importante se usavam mesmo cavalos, que eram trocados a cada estação de pouso, fazendas equidistantes sempre em torno de 10 léguas.
PERFORMANCE LITERÁRIA
Na sequência Reginaldo fez referência ao livro "Uma História do Samba", do escritor cearense Lira Neto, obra em três volumes, cujo primeiro tomo lhe foi cedido pelo amigo Edmilson Nascimento.Lira Neto realiza uma grande pesquisa sobre o advento do samba, no Rio de Janeiro, vindo do Recôncavo Baiano, nos primórdios do Século XX, no começo nome dado a folguedos de matriz africana realizados nos morros cariocas, depois passando a denominar o estilo musical que se desenvolveu a partir deles.
A história mais curiosa do livro é a revelação de que, na raiz das escolas de samba do Rio de Janeiro está uma iniciativa virtuosa do Maestro Heitor Villa-Lobos, que resolveu resgatar as manifestações festivas que ocorriam nas favelas, sincretizando cultos africanos e indígenas, e haviam sido proibidas pelo Governo havia 40 anos, por serem movidas a cachaça e causarem embriagues e desordem.
Em 1939 o Maestro convocou ao seu escritório o mais notório representante das comunidades afros do então Distrito Federal, José Gomes da Costa, o Zé Espinguela, morador do Morro do Quitungo, em Irajá, que compareceu certo de que seria contratado para fazer um despacho de macumba — já que ele era dono de um "terreiro" e era muitas vezes contratado por pessoas da sociedade para esses "trabalhos espirituais".
Mas o que o grande Villa-Lobos queria, maestro já nacional e mundialmente famoso, era que Zé Espinguela organizasse o seu grupo étnico para realizar uma grande performance folclórica, teatral, musical e dançante, que se apresentasse nos teatros e em praças públicas, para reabilitar o seu valor cultural na sociedade carioca, e produzir um documentário para o cinema americano. O nome dado ao bloco carnavalesco foi "Sodade do Cordão".
Também se inaugurou de logo a figura da "rainha de bateria" — a celebridade de belas formas físicas desfilando em trajes sumários. Villa-Lobos convidou uma morena calipígia que fazia fama no teatro, chamada Anita Otero, para assumir essa função.
O documentário foi gravado, a bordo de um transatlântico atracado no Rio, mas não fez grande sucesso. Porém, a partir daí, o samba e o carnaval de rua ingressaram na vida brasileira, com apoio dos Governos e grande interesse da imprensa.
COMENTÁRIOS
Eu estive presente? Parece
que eu comentei, detalhadamente, os locais de viagens frequentes do Duque de
Caxias.
Luiz Rego
Prezado Amigo-Irmão, Colega e Presidente Reginaldo Vasconcelos, divido com os eminentes membros desta emérita Academia Cearense de Literatura e Jornalismo — ACLJ a honra e a satisfação de haver sido agraciado com a Medalha de Advogado Padrão do Ano de 2021, pela valorosa Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Ceará. Essa láurea é uma grata recompensa e um portentoso estímulo de prosseguir a trilha de meu esmerado e profícuo empenho profissional nos 36 (trinta e seis) anos da árdua, mas gratificante Advocacia alencarina. Recebam os meus sinceros agradecimentos.
Betoven Rodrigues de Oliveira
Eu estive presente? Parece que eu comentei, detalhadamente, os locais de viagens frequentes do Duque de Caxias.
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