
O pretenso “crime” ocorreria porque ela acaba de sancionar uma nova norma jurídica obrigando a aplicar o feminino ao título profissional de cada mulher.
Primeiro, a expressão “fora-da-lei” se aplica em relação à legislação penal, que não é o caso, pois aqui se trata de uma norma civil, exclusivamente dirigida à diplomação de mulheres em entidades de ensino.
Portanto, o enunciado da mensagem que circula não corresponde à realidade porque ninguém estará “fora da lei” ao aplicar o comum-de-dois no que se referir às profissões.
A imprensa independente, por exemplo, continua e continuará chamando a Sra. Dilma de “presidente”, até porque isso não é profissão, mas cargo público eletivo.
A atual profissão de Dilma Roussef é “política”, substantivo que, no feminino, se confunde com o nome da ciência praticada – como no caso da profissão de “músico”, que é “música” no caso das mulheres.
Claro que o escopo dessa lei é feminista, e por trás dele há o evidente casuísmo com o tratamento de “presidenta” que Sua Excelência quis impor à Nação, mas que somente foi obedecido pelos seus correligionários e pelo jornalismo chapa-branca.
Mas é uma lei de “textura aberta”, que trata exclusivamente dos diplomas estudantis, e sequer especifica que palavras (ou desinências) deverão ser aplicadas para definir o sexo das alunas diplomadas na designação de suas profissões.
Como norma aberta, ela vai inspirar e fundamentar espécies normativas secundárias e terciárias, como resoluções, portarias e circulares, no âmbito das entidades estudantis, tanto públicas quanto privadas, pois o ensino é sempre uma atividade sob a tutela do Estado.

Nesse campo, o pensamento “politicamente correto” é desorientado e incoerente, ora querendo preservar o feminino, para bem distinguir as mulheres dos homens, ora querendo confundir os gêneros, para que não se os distingam bem.
Ora são as ditas “mulherzinhas” querendo ser desiguais aos homens, para obter adequado tratamento desigual, preferindo ser “presidentas”, “gerentas” e talvez “atacantas” quando jogam futebol. De outra feita são as tais “mulheristas”, querendo ser iguais a eles, para um tratamento igualitário, preferindo, por exemplo, ser “poetas”, em vez de “poetisas” como mandam os dicionários.



Por Reginaldo Vasconcelos
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