quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

NOTA ACADÊMICA - Assembleia Geral Ordinária

  ACLJ
ÚLTIMA ASSEMBLEIA
GERAL ORDINÁRIA
DE
2022

 

A Academia Cearense de Literatura e Jornalismo realizou, na noite deste último dia 08 de dezembro, no Palácio da Luz, com pompa e circunstância, a sua Assembleia Geral de final de ano.



 



Iniciando a solenidade com o toque do trompete triunfal pelo arauto oficial Jean Navarro, seguido da execução dos Hinos Nacional e da ACLJ, pela Banda de Música do Exército, a abertura dos trabalhos foi declarada pelo Presidente Emérito, Rui Martinho Rodrigues. 

A PALAVRA DO ANO 

Em seguida foi definido, segundo critério próprio, o termo “Mentira” como a palavra do ano de 2022, inclusive suas cognatas, todas as conjugações do verbo mentir, notadamente o adjetivo “mentiroso”, como também a expressão do inglês “fake news”, que se traduz no mesmo âmbito semântico. 

O concurso “A Palavra do Ano”, que se repete em vários países e idiomas, promovido por instituições lexicográficas diversas, procura eleger o termo mais empregado no período anomalístico, às vezes um neologismo ou estrangeirismo que se tenha tornado recorrente e vicioso, ou um vocábulo banal a que se tenha dado novo sentido semântico e se tenha aplicado exaustivamente nos discursos, nos debates, na imprensa e nas redes sociais da Internet.

O Dicionário On Line de Português, por exemplo, elegeu “Democracia” como a sua palavra do ano, enquanto para o britânico Cambridge Dictionary,  "Homer" foi a palavra do ano para todo o Reino Unido – termo do beisebol, um dos esportes nacionais da Inglaterra.

Já para o Dicionário Oxford a palavra do ano é composta, e seria “Goblin Mode”, (jeito duende), que remete ao modo de vida desleixado que muitos assumiram ou revelaram durante a pandemia.

Para a “Sociedade da Língua Alemã”, uma espécie de academia de letras nacional daquele país, a palavra do ano naquele idioma seria “Zeitenwende, dando um significado pejorativo para “nova ordem mundial”, que para eles está relacionada às causas e efeitos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.  

O CEARENSE DO ANO

Na mesma solenidade, cumprindo a tradição, foi agraciado com o título de Cearense do Ano o Senador Eduardo Girão, por ter sido o nosso conterrâneo que mais se destacou no cenário nacional, liderando a bancada nordestina no Parlamento Brasileiro. Seu nome foi proposto pelo nosso decano Cássio Borges, representado por seu filho, também acadêmico titular, Marcos André.


O concurso “O Cearense do Ano” não tem qualquer inflexão graciosa ou conotação política, pois, mediante a propositura de nomes de cearenses que tenham sobressaído no âmbito estadual, nacional, ou internacional, é eleito aquele que objetivamente tenha tido maior projeção social, em sua área de atividade.

POSSE DE BENEMÉRITA CONSORTE

Recebeu o título de Benemérita Consorte Dona Consuelo Dias Branco, a Primeira-Dama do Empresariado Cearense, honraria a que tem jus na sua condição de esposa sempiterna do nosso imortal Ivens Dias Branco, grande mecenas da ACLJ. 

A Benemérita foi representada pelo seu Assessor de Comunicação, o jornalista Edilson Araújo, comendatário da ACLJ, que recebeu o diploma e a pelerine de torçais negros, correspondentes à láurea, para repassá-los a Dona Consuelo, que convalesce de um pequeno acidente.

POSSE DE TITULARES 

Tomou posse na Cadeira de nº 29 da quadraginta numerati da ACLJ, que tem como patrona a escritora Rachel de Queiroz, a advogada, professora e literata Manoela Queiroz Bacelar, e, na Cadeira de nº 36, patroneada pelo musicista Alberto Nepomuceno, o advogado e músico César Barreto.


O nome de Manoela, aprovado pela Decúria Diretiva, fora proposto pelo acadêmico Wilson Ibiapina, que a saudou em projeção de vídeo enviado de Brasília, onde reside, e de onde não pôde vir por conveniência de saúde, e o acadêmico Sávio Queiroz Costa, lhe fazendo as vezes, cumpriu a formalidade da entrega do diploma. O marido dela, Ricardo Bacelar, lhe pôs sobre os ombros a beca ritual.

César Barreto, por seu turno, teve aclamação plena, após ter tido seu nome proposto pelo acadêmico Luciano Maia, que lhe passou às mãos o diploma, enquanto sua mulher, Dona Isabel Tereza, lhe vestiu a pelerine.

POSSE DE HONORÁRIOS 

Conquistaram a dignidade de Membros Honorários o repórter fotográfico Luís Carlos Moreira e o médico e youtuber João Flávio Nogueira, pela sua importante atuação jornalística em espaços da Internet. 


Luís Carlos recebeu o diploma das mãos do proponente de seu nome, o acadêmico Adriano Vasconcelos, e a pelerine lhe foi vestida pela sua mulher Adriana; João Flávio recebeu o diploma do Presidente Reginaldo, que propusera seu nome para integrar a confraria, tendo lhe vestido a beca a sua consorte Taís de Fátima.


TRIBUTO A AUGUSTO PONTES 

A solenidade foi coroada com um tributo à memória do intelectual Augusto Pontes, falecido em 2009, professor, compositor, boêmio, filósofo aplicado, exímio frasista, que foi um dos mentores do chamado “Pessoal do Ceará”.

 

Esse grupo era composto por jovens artistas sônicos cearenses demandaram ao Sudeste entre as décadas de 70 e 80, para fazerem sucesso nacional. Dentre eles o Ednardo, o Fagner, o Belchior, o Fausto Nilo, a Amelinha, o Rodger Rogério e a Téti – dentre outros.

 

Ednardo, idealizador da homenagem, compôs, em parceria com Calé Alencar, uma nova canção para lançar durante o evento, o “Maracatu Augustus”, cuja execução foi exibida no telão do auditório, entremeada com trechos de entrevista prestada pelo próprio Augusto Pontes.

 

Ao final foi outorgada a Comenda Augusto Pontes, láurea instituída pela ACLJ para agraciar os componentes daquele grupo de artistas ainda não distinguidos com a Medalha Evaldo Gouveia, concedida em solenidade de maio deste ano a quatro deles. Receberam a Comenda Augusto Pontes desta vez o compositor Rodger Rogério e a cantora Téti – ela representada pelo filho do casal, Pedro Rogério. Fez a entrega da comenda e do diploma o acadêmico Ulysses Gaspar, um dos entusiastas da homenagem.


FALARAM

Falou o Presidente Emérito, Rui Martinho Rodrigues, na abertura e no encerramento dos trabalhos;


Falou o Presidente Reginaldo Vasconcelos, para registrar o advento da “Arcádia Alencarina”, um departamento interno da ACLJ, composto por quinze acadêmicos titulares que decidiram se congregar para subvencionar a confraria como um todo, constituindo, simbolicamente – numa comparação somática védica – o coração e o cérebro do organismo da entidade. Os árcades, a partir de 04 de maio do próximo ano, reunir-se-ão formalmente uma vez por mês, em caráter privado, vergando fardão acadêmico, e as suas reuniões e deliberações serão divulgadas na redes sociais oficiais da instituição na Internet; 

Falou César Barreto, em seu nome e em nome dos demais empossandos, em fala simpática e metalinguística, citando o Padre Vieira, sobre  as características ideais de um discurso,  em conteúdo e duração, pautando dessa forma, com muito bom humor, os oradores que o seguiram;

Falou Edilson Araújo, apresentando agradecimentos em nome de Dona Consuelo;

 
 

Falou Amaro Pena, em nome do compositor Raimundo Fagner, que estando no Rio de Janeiro enviou mensagem em vídeo apresentada no telão do auditório. Amaro Pena recebeu pelo Fagner a Medalha Evaldo Gouveia, que este esteve impossibilitado de vir receber pessoalmente, desde maio, por compromissos de trabalho;


Falou Pedro Rogério, em nome dos seus pais agraciados, Rodger e Téti, apresentando uma oratória de altíssima qualidade, erudita e emocionada; 

Falou também o Ednardo, referindo saudosamente ao amigo e parceiro Augusto Pontes, e agradecendo à ACLJ pela homenagem a ele prestada.

Encerrando a solenidade, após o tradicional brinde com vinho do Porto, ouviu-se o Cântico Acelejano, composto por Evaldo Gouveia para ser a "Canção da Academia", cantado e tocado por César Barreto, com letra de Reginaldo Vasconcelos e Poty Fontenele.







Nossa comemoração de ontem foi inspiradora, plena de afeto, carinho, lealdade e justiça.

O afeto se revelou desde a chegada dos acadêmicos, com inúmeros abraços fraternais e a imediata criação de receptiva atmosfera acolhedora. 

O carinho se expressou através dos novos confrades e homenageados, que não se pouparam em declará-lo como atributo da nossa Academia. 

A lealdade tomou o recinto com a promissão regimental assumida por todos e encaminhada pelo novo confrade César Barreto, que falou pelos novos. 

E a justiça repousou na grandeza das homenagens aos valorosos nomes da nossa terra. 

Impressionou-me sobremaneira a profunda rapidez da poética ednardeana. 

Ao chamar o comendatário Ednardo à tribuna, o confrade Vicente Alencar passou-lhe a palavra: 

“Ednardo, a palavra é sua.” Ao que ele elaborou num átimo: “A palavra é nossa, a palavra é plural!”.

Aluísio Gurgel do Amaral Júnior 


Fotos: ACLJ e Balada In

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