domingo, 26 de maio de 2013

NOTA ACADÊMICA

Já foi concluído o segundo retrato para a galeria de Patronos Perpétuos da ACLJ, pintado a óleo sobre tela pelo acadêmico R. Vasconcelos, no formato de 1m x 70cm, representando o Chanceler Edson Queiroz, que patroneia a Cadeira de nº 3, cujo titular é o acadêmico emérito Edilmar Norões.

A primeira peça dessa galeria, retrata o publicitário Tarcísio Tavares, e foi descerrada no último dia 03 de maio, no Ideal Clube, pelo acadêmico Wilson Ibiapina, por ocasião de sua posse na Cadeira de nº 39, da qual Tarcísio Tavares é o Patrono.

O descerramento do retrato do ilustre e saudoso empresário Edson Queiroz deverá ocorrer na próxima Assembleia Geral da ACLJ, marcada para  dezembro próximo, no auditório da ACI. 

sábado, 25 de maio de 2013

CÁSSIO E NENO

O acadêmico acelejano Cássio Borges, engenheiro agrônomo e escritor, especialista em recursos hídricos, ex-diretor do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas  - DNOCS, repercute notas da coluna “E” do jornalista Neno Cavalcante no Diário do Nordeste, que por seu turno repercute comentários que Cássio fez sobre a autarquia federal, ameaçada de extinção pela sanha da politicalha de Brasília. 


sexta-feira, 24 de maio de 2013

VISITA OFICIAL DA ACLJ A EXPOSIÇÃO



A ACLJ visitou na noite de ontem, 23 de maio, a 

exposição de arte Trajetórias, promovida pela Unifor, em comemoração ao seu 40º aniversário, com parcela do acervo da Fundação Cultural Edson Queiroz, administrado pelo Chanceler Airton Queiroz, que figura entre os nossos Membros Beneméritos.



Dentre os membros da ACLJ que participaram da visita, o Presidente Rui Martinho Rodrigues, o Secretário-Geral Reginaldo Vasconcelos, o Primeiro-Secretário Altino Farias, e o Presidente da Conselho de Justiça da entidade, o advogado, escritor e professor Cândido Albuquerque.

Entre eles havia ainda três Acadêmicos Eméritos: o jurista Hugo de Brito Machado, advogado e doutrinador, especialista em Direito Tributário (Cadeira de nº 4); a poetisa Concita Farias (Cadeira de nº 7); o músico, cantor e compositor Evaldo Gouveia (Cadeira de nº 9).

Também compuseram o grupo visitante três acadêmicos especialistas em artes plásticas: o gramático e desenhista Geraldo Jesuíno, lente da Universidade Federal, a pintora e musicista Inês Mapurunga e o Membro Benemérito Descartes Gadelha, músico, compositor, pintor e escultor.

Descartes Gadelha discorre sobre a obra de Chico da Silva
Acompanharam ainda a comissão os Membros Honorários Cássio Borges, engenheiro agrônomo e escritor, o advogado tributarista Schubert Machado e o jovem poeta e ambientalista João Pedro Gurgel, formando em Direito – dentre familiares e convidados com interesse em artes plásticas.     

quinta-feira, 23 de maio de 2013

BIOGRAFIA DE EVALDO GOUVEIA

Os acadêmicos Altino Farias, Poti Fontenele,
Evaldo Gouveia e Reginaldo Vasconcelos
O grande diferencial da ACLJ em relação às entidades congêneres é uma agenda cultural movimentada o ano todo.

A próxima grande iniciativa da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo será o lançamento nacional da biografia autorizada do cantor e compositor cearense Evaldo Gouveia, titular da Cadeira de nº 9, que deverá ocorrer até o final deste ano.

Evaldo, natural de Orós, conta 81 anos de idade, e fez grande sucesso nos anos 40 do século passado como músico e cantor do Trio Nagô, e nos anos 50 e 60 com muitas composições suas de sucesso, no apogeu da chamada era do radio e dos discos de vinil.
Muitos de seus boleros e sambas-canções foram compostos em parceria com o capixaba Jair Amorim, e grande parte deles foi gravada pelo cantor Altemar Dutra – mas também por Ângela Maria e Caubi Peixoto, dentre outros.

Mas Evaldo chegou a compor músicas de outros gêneros, dentre elas dois sambas-enredos da Portela, e até mesmo um tango autêntico, a requerer para sua execução um bandonion, típico instrumento de fole argentino, semelhante ao acordeom. 

Já foram iniciadas as longas entrevistas para o livro, em que o biografado fornece dados de sua infância, de sua juventude, e de sua longa vida artística aos acadêmicos que organizarão a obra.       

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O LIVRO QUE É UM RIO



A editora Armazém da Cultura, comemorando seu aniversário de 30 anos, lançou a 10ª edição do Livro de poemas “JAGUARIBE - Memória das Águas”, do confrade Luciano Maia, nesta terça-feira,  dia 21 de maio, às 19:00h, no Auditório Murilo Aguiar, da Assembleia Legislativa do Ceará.


A apresentação da obra foi feita pelo acadêmico Reginaldo Vasconcelos, que em sua fala levantou a tese de que esse livro, de 92 páginas, com 70 poesias, cuja primeira edição é de 1983, não é apenas um livro, mas um verdadeiro rio de lirismo.

Cada um dos poemas que compõem a obra aborda, em bela linguagem conotativa, aspectos da Região Jaguaribana, com referências semióticas ou subliminares à sua ambiência cultural. Trata-se, portanto, de uma joia rara, de uma preciosa gema poética, que a editora Armazém da Cultura resolveu relapidar. Abaixo, a íntegra do discurso.
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"Luciano Nunes Maia, nas artes, Luciano Maia. Discípulo de Thomaz Pompeu na Academia Cearense de Letras, nosso confrade na Academia Cearense de Literatura e Jornalismo. Todos vós conheceis. É o único poeta em tempo integral que conhecemos. Jurista, jornalista, professor, diplomata, acadêmico de letras, sua lírica não lhe vem em lampejos, como acontece com a inspiração dos poetastros menores, e mesmo com o estro refinado de outros bardos, de verve rara e regular.

Luciano tem poesia perene, seja na estação das águas, quando o seu rio temporário vira caudal e se encrespa, seja na vazante do estio, quando o leito é pedra e poça, seja no vazio da seca, quando o Jaguaribe se revela tão-somente areia e folhas.

Agora ele me pede para vos falar de um livro seu, quando o que tenho para vos apresentar não é um livro exatamente, por mais que com um livro se pareça. Aliás, dificilmente um livro é um livro, mero objeto produzido com papel, e tinta, e cola. Um livro geralmente é um universo de sensações cristalizadas.

Mas este livro do Luciano, em especial, é luz ciano, a luz verdazul dos raios de sol que se infiltram na folhagem catingueira, para se refletirem nas águas fugidias da corrente. É som de viola de uma cantoria cabocla ouvida ao longe, com seus acordes mouriscos sincretizados nos sertões, entre balidos de ovelhas e lamentos de anuns brancos. Aboio de vaqueiro valente entre toques de chocalhos, como em Jader de Carvalho, ou, como em Nertan Macedo, o silêncio de um cangaceiro ferido e amoitado, na expressão de Demócrito  Rocha, “morrendo e resistindo”.  

Este livro é cheiro de café torrado em casa, odor de velame e mufumbo recendendo ao sol, gosto de leite mungido matineiro ainda servido no curral. Não. Isso aqui não é um livro. Isso aqui é infância sertaneja e ribeirinha, liofilizada em fibra de papel e pigmento. É canto de lavadeira à beira d’água, risadaria de moças sertanejas se banhando nuas, é cheiro de sola da selaria suada, é tropel de cavalos patanhando nas veredas.

Não vos posso descrever um livro que não é um livro, mas uma torrente de lembranças sinestésicas, uma rapsódia líquida e telúrica, um flume poético que já flui há 30 anos, desde a sua primeira edição, se fazendo passar por um modesto centifólio. Não vos posso enganar. Isso aqui não é um livro. É uma ode, é um hino, é uma mazurca, enfim, uma contradança de memórias.

Talvez isso aqui seja um pomar onírico, cultivado à beira-rio pela Iracema de Alencar, repleto de 70 gostosos frutos acres, como mutamba e tamarindo,  canapum e carnaúba. Pode ser também um favo de mel de jandaíras, ou uma fogueira em noite pintalgada de estrela e vaga-lume. O que não pode ser é um simples livro.  Livro qualquer um faz. Eu mesmo fiz alguns. Disfarçado assim isso é um rio, o Jaguaribe, com toda a sua ambiência e geografia, em que o poeta diluiu sua alma astutamente, para nele se imortalizar, para sempre, em seus eternos ciclos hídricos."

Reginaldo Vasconcelos

domingo, 19 de maio de 2013

CRÔNICA


GERALDO DUARTE NO DN

Por mais de uma vez, e para meu contentamento, leio artigos de autoria do Procurador do Município de Fortaleza, Geraldo Duarte, enaltecendo as centenárias ações do Dnocs e, nos últimos anos, sendo um defensor aguerrido do fortalecimento daquele Departamento.

E Geraldo Duarte não é funcionário do Dnocs. Ele o foi nos anos de 1959 e 1960. Depois ingressou na Prefeitura, entretanto, não deixou de acompanhar os relevantes serviços ali produzidos. Na açudagem, irrigação, estradas, piscicultura, serviços de abastecimentos d’águas de cidades interioranas e outras obras afins de destaque.

Em seu artigo "Coveiros do Dnocs", publicado no Diário do Nordeste, desassombradamente, critica de forma sintética, mas direta, aqueles que pretendem, a troco não se sabe de quê e nem para quê, de forma inconfessável, extinguir a heroica Autarquia.

Duarte apontou o maquiavelismo dos inimigos do Nordeste para findar o Órgão, quando escreveu: “Transformá-lo de autarquia em empresa pública. Transferir sua sede para Brasília. Onde está a solução? Ou não é com claro o propósito de extingui-lo?”

Mas eu não tenho dúvida, se o DNOCS subsistir, ele não será o mesmo DNOCS dos meus tempos. Não é o mesmo DNOCS de Arrojado Lisboa, o seu criador; de Guimarães Duque, de Paulo de Brito Guerra e de tantos outros nomes que honraram a galeria dos grandes técnicos e cientistas que passaram por aquela modelar Instituição.

Vai ser um DNOCS completamente desfigurado do que era no passado. Começando pela substituição do seu tradicional nome, cuidando praticamente da piscicultura, sem nenhuma ingerência no Projeto da Transposição do Rio São Francisco e alijado  da atividade de implantar e operar  Projetos de Irrigação. 

Por Cássio Borges

Engenheiro e escritor
Membro da ACLJ




















Coveiros do Dnocs
Geraldo Duarte*

1999. Majestade plenipotenciária, Fernando Henrique Cardoso, do alto da intelectualidade, decreta, extingue e sepulta o Dnocs. Meses após, finge arrepender-se e o reativa.

2003. Nadegado no trono, a realeza Luiz Inácio Lula da Silva, deus da caatinga e filho do Brasil, replica o milagre da ressurreição na Sudene e na Sudam. Messianicamente, vivifica os cadáveres e os larga a esmo, com o do Dnocs, ao Sol e à poeira das secas nordestinas. Pareceu birra a FHC.

2011. Sua excelência, a presidente Dilma Rousseff, assume o mandato. Tal e qual Pilatos, lava, enxuga e perfuma as mãos, despreocupando-se com a existência das errantes autarquias. Biblicamente, assemelhadas aos relegados lazarentos da Judéia.

Os servidores do Departamento, na maioria idosos, hoje são mostrados à população - por desejo dos governantes -, como O Incrível Exército de Brancaleone. Ineficiente. Viventes atônitos e sem perspectivas futuras. Perdidos no tempo e no espaço.

Agora, 2013, mais salivação, escarros e escárnios. Ressurgem as regiamente pagas “excelências”, carpideiras congressuais e ministeriais. Derramando lágrimas de crocodilo. Promovendo reuniões, audiências públicas e marketing pessoal. Simulando defender o destruído.

Transformá-lo - pasmem! - de autarquia à empresa pública. Transferir sua sede para Brasília. Onde a solução? Ou não é para existir?

Ante a tantos poderosos aniquiladores somente uma fada-madrinha, uma nobre soberana  poderá salvar o Dnocs. Uma rainha. Em especial, de nome britânico. Como Rose ou Rosemary. Seguradora do cajado imperial e capaz de conseguir que o moribundo, firme, levante-se.

*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

CRÔNICA

Jornalista, que profissão!

 

Não tem nada mais difícil. Ser jornalista não é terminar a faculdade, pegar a carteirinha e sair por aí. É pior que médico. Digo mais: pior que prostituta.

As meninas param na sexta-feira santa. Barriga vazia, cansaço, sol quente, uma árvore.

Pois é debaixo dessa sombra que a gente começa a delirar enquanto espera a autoridade. Ninguém respeita o jornalista. É visto como chato, bisbilhoteiro, profissional que está sempre falando dos outros. Político adora usar jornalista para fazer média, mandar recados ou encher balão de ensaio.

No Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF a ficha de cada sócio, batida à máquina, tinha duas áreas que a secretária preferia preencher a lápis. O estado civil e o órgão em que o jornalista está trabalhando. A explicação da funcionária era simples. É que jornalista troca de mulher como troca de emprego.

Dura mais quando jornalista casa com jornalista. Qualquer um fora da profissão não aguenta. É que não tem hora pra nada. E tem hora pra tudo.

Jornalista já foi profissão de poeta, escritor, artista. Jovens defensores da comunidade que se reuniam em bandos e fundavam um jornal para brigar pelo bairro, pela cidade, pelas ideias. Tinha que ter uma convicção. Quando morria o mais velho, o diretor, o redator assumia o lugar dele; o repórter era promovido a redator; o foca virava repórter e lá estava a oportunidade para mais um foca. E por aí, ia todo mundo voltado, literalmente, para o interesse público, para a cidade, para o cidadão, sua arte, sua cultura. Sabe que ninguém pensava em dinheiro?





Não havia questão maior que não fosse resolvida na mesa do bar. Jornalismo boêmio. Mas todo mundo defendia uma causa. Profissão de quem gostava de escrever e se comunicar. O jornalista era igual a policial. Estava sempre trabalhando. Até que a imprensa virou empresa. O jornalista Evandro Paranaguá foi quem abriu meu olho: Essa liberdade de imprensa que você reclama, não é sua. É do patrão.

E foram surgindo as faculdades de comunicação que despejam no mercado milhares de jornalistas, todo ano. As empresas do setor parecem que diminuem.

A pirâmide fecha. Não se leva mais em conta a experiência, o tempo de casa. Reduz-se a vida útil do jornalista. Profissão rápida, descartável. Jornalista velho só dá trabalho. Reclama da pauta, contesta, não aceita virar dia e noite, como antigamente. Por que não trocar uma criatura dessas, que ganha muito (???) por um jovem, cheio de tesão, sem escrúpulo, topa qualquer pauta? E, se for na TV, pula no rio, anda na chuva, galopa a cavalo, até transa em público, por que não? Jornalismo participativo. Jornalista quando começa a questionar a pauta, achar que tal matéria não deveria ter sido assim, assado, começa a dar sinal que seu salário pode contratar dois, três, sei lá quantos estagiários.

Não adianta ficar bravo. O estagiário de hoje vai ser o chefe de amanhã. Vai reclamar dos futuros subordinados as mesmas coisas que lhes são cobradas hoje. A notícia agora tem que acontecer como o pauteiro imaginou. Azar da mulher que desistiu de ficar nua em praça pública; do governante que não aderiu ao novo partido como queria o chefe da redação. A coisa tá ficando muito louca. Quando não aparece um bandido para ameaçar as pessoas, a redação inventa.

Tai o Gugu, que se diz jornalista, criando pautas que correspondam à linha que quer imprimir ao programa dele, para angariar mais audiência. Domingo, Legal!

Como em toda profissão, tem os que querem se aproveitar para ganhar dinheiro. Um colunista de jornal, no Rio, era tão venal que Antônio Teixeira Junior, ex-diretor da sucursal de O Globo em Brasília, criou um slogan pra ele: “Coluna ‘X’ onde uma nota vale uma nota”. Assim como os jogadores de futebol tem jornalista que ganha bem. São poucos. A maioria mora mesmo é de aluguel em cidade satélite.

A intimidade com o poder, às vezes, faz com que o jornalista se sinta importante, celebridade.

A jornalista Cristina De Lamônica mandou-me uma pesquisa feita pelo professor Roberto Heloani para o pós-doutorado dele na Escola de Comunicação e Artes da USP. O professor, que é advogado, psicólogo e mestre em administração de empresa descobre que “a vida pessoal dos jornalistas é precária, com falta de relacionamento familiar por conta das excessivas jornadas de trabalho e vínculos afetivos que se desfazem rapidamente. Eles trabalham em quase todos os finais de semana, mas em compensação resistem bem ao estresse, inclusive se dedicando com paixão à profissão, e nutrindo por ela uma relação de amor e ódio. Nas redações, o ritmo de trabalho a que se submetem é estafante, com jornada de 12 horas e às vezes, até mais, e estão expostos ao assédio moral e ao rígido controle social.

Por Wilson Ibiapina
Jornalista
Diretor do Sistema Verdes Mares em Brasília
Titular da Cadeira de nº 39 da ACLJ

sábado, 11 de maio de 2013

CRÔNICA


MÃE, ACIMA DE TUDO
  
Os imperativos da vida moderna modificaram o comportamento da mulher, sobretudo no que concerne à relação entre mãe e filho. As condições atuais, diametralmente opostas às de outras épocas, criaram novos hábitos de vida e refletem-se nas maneiras de agir e de encarar certos assuntos antes tidos como tabu.

A razoável evolução dos costumes estimulada pela tecnologia distanciou a mulher das lides domésticas. Isso lhe possibilitou alcançar avanços significativos nos espaços sociais, que, em tempos passados, eram quase privativos do sexo oposto. O pesado ônus da maternidade limitava-a à função doméstica, de dedicação ao lar. Hoje, obrigou-se a entrar no mercado de trabalho, estabelecendo parceria visando à manutenção da estrutura familiar.

Extintas foram as restrições que se lhe impuseram. Num crescendo, atuam em todos os segmentos de maior produtividade, além da dedicação aos afazeres domésticos. O “doce lar” hodierno certamente causaria perplexidade aos nossos avoengos; mais perplexos ficariam se presenciassem a competição que trava com o homem, causando um rebuliço no mercado de trabalho.

Mas acima de tudo é mãe, não se afasta da maternidade, dever missionário a ser cumprido com espírito de sacrifício, não importando a condição social. Foi ela quem, à semelhança de Maria, “nos amamentou, nutriu, sustentou, criou e se sacrificou por nós”.

Dia das Mães, dia consagrado àquelas que, de ventre iluminado, guarnecem o mais precioso bem: a dádiva da vida. As curvas da gravidez irradiam reverência e serenidade, abençoadas pelo dom de gerar vidas.

A celebração primaz é de agradecimento à Providência, assim como a todas que conceberam um ou mais filhos; às mães presentes e às que se foram ao dar a própria vida ao recém-nascido. Muitas vezes sem haver contemplado o terno sorriso, aquecido o coração ou corrido as mãos nos primeiros afagos...

Dia áureo, intensificado pelo colorido comercial, que não desbota a emoção, o cantar sentimental do bem maior de um filho. Desse modo, conservam-se em vigília, protegendo-nos e guiando-nos, porquanto a morte não extingue, nem desata os liames de amor entre as mentes e os corações afins. Por isso, jamais um presente material transcende à devoção contida em uma mensagem de reconhecimento filial!
Quanto àqueles que não mais a têm, é momento contemplativo do céu, sentir saudades e consolar o coração. Particularmente, conforta a lembrança de nossa mãe, puxando a reza do terço, logo após o jantar. Ao final, os sinos da Igreja dos Remédios assinalavam o avançar da noite. Eram 20 horas.


Por Paulo Maria de Aragão

Advogado e  Professor


POSSE NO IDEAL



DISCURSO DE WILSON IBIAPINA EM SUA POSSE

 A filha e a neta de Wilson lhe vestem a pelerine
"Meus amigos, obrigado por atenderem nosso convite. Meus colegas acadêmicos, passo a desfrutar da honra de sentar-me entre vós. Quero expressar a gratidão pela generosa acolhida. Muito grato aos que me elegeram.

Senhoras e senhores, muito me orgulha ocupar a cadeira 39, que tem como patrono meu querido e saudoso amigo Tarcísio Tavares,  e que tinha como titular o professor José Alves Fernandes. Tarcísio foi homem de rádio, publicidade, teatro e televisão, Muito criativo. Nos anos 60, a programação das emissoras de rádio era escrita. Só os bons podiam improvisar. Tarcísio improvisava.

A jornalista e escritora 
Edilma Neiva,
 mulher de Ibiapina
Na sua luta para mudar costumes, liberar mentes numa Fortaleza ainda provinciana, Tarcísio lançava slogans tipo “Virgindade dá câncer”;  “O biquíni é necessário” dizia ao microfone, incentivando a garotada a trocar o maiô inteiro pelo o de duas peças. Edilmar  Norões lembra de um Tarcísio apaixonado, fazendo frases para uma linda moça: “ela tem a cor do primeiro minuto da aurora”.

 Fala do Ministro
Ubiratan Aguiar
Foi o TT que colocou as festas dos clubes dos subúrbios na ordem do dia. Falava com tanto charme dessas reuniões que atraiu os jovens da sociedade. Muitos  trocavam as festas do Ideal, Maguari, Náutico pelas noitadas suburbanas. Foi o jornalista Pádua Lopes quem me chamou a atenção. Tarcísio não precisava beber para estimular suas ações e garantir noites alegres. Pádua acredita que ele era movido a emoções."

 Wilson Ibiapina descerra o retrato pintado a óleo sobre tela, do Patrono Tarcísio Tavares

O teatrólogo B de Paiva, que foi menino com ele na rua Barão de Aratanha,  escreveu: “TT foi uma das pessoas mais significativas da geração dos anos 40/50 do século passado. Muito lutou, sofreu de saúde atrapalhada, mas riscou com a vida e os sonhos do tempo um caminho digno e responsável como profissional e como ser.”

A cadeira 39 era ocupada pelo filólogo José Alves Fernandes, também  membro da Academia Cearense de Letras e autor do Dicionário de formas e construções opcionais da língua  portuguesa. Não o conheci pessoalmente, só através de sua obra e de depoimentos de amigos que conviveram com ele.

 Mesa de honra do evento
Edilma Neida, Rui Martinho e Wilson Ibiapina
Vou substituir o Mestre com muito orgulho. Sem o saber e o conhecimento que ele detinha, mas com a audácia que move os jornalistas.  A Academia é de Literatura e Jornalismo. Ele literato eu jornalista. Como lembrou o político pernambucano Marco Maciel no dia de sua posse na Academia Brasileira de Letras, “em todas as academias não se estabelece vinculação entre patrono, antecessor e sucessor por gênero literário ou profissão. A sucessão é ideográfica. Todos nós somos confrades a trabalhar para uma obra comum”.  A responsabilidade é igual, é de todos.

domingo, 5 de maio de 2013

CHANCELER AIRTON QUEIROZ NA ACLJ


O Chanceler da Universidade de Fortaleza e Presidente da Fundação Edson Queiroz, Airton Queiroz, recebeu  na noite de ontem, dia 04 de maio, o título de Membro Benemérito da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ), durante a 2ª Assembleia Aniversária da instituição.



O título de Membro Benemérito é reservado a personalidades que deram grande contribuição à cultura ou à imprensa cearenses, notadamente os instituidores ou mantenedores de instituições fundacionais.

Participaram da solenidade o Diretor de Programação do Sistema Verdes Mares, Edilmar Norões, os jornalistas Cid Carvalho, Arnaldo Santos, Roberto Moreira, Wilson Ibiapina, Hermínio Castelo Branco (Mino), e Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez), entre outros acadêmicos acelejanos.  

Da ala dos poetas da ACLJ compareceram Evaldo Gouveia, Luciano Maia, Concita Farias e Paulo Ximenes, além dos intelectuais Cássio Borges, Adriano Jorge e Reginaldo Vasconcelos, propositor do nome do Chanceler Airton Queiroz para receber a homenagem.


Compuseram a mesa de honra o Senador Cid Carvalho, o Chanceler Airton Queiroz, Dona Yolanda Queiroz, a Magnífica Reitora da Unifor, Dra. Fátima Veras, o Desembargador Durval Aires, o vice-presidente da OAB-Ce e membro da Academia Cearense de Letras Jurídicas (ACLJUR), Ricardo Bacelar, e o ex-governador Lúcio Alcantara. 


Agora são sete as personalidades agraciadas com a comenda: Dona Yolanda Queiroz, Descartes Gadelha, Lúcio Alcântara, Miguel Dias, Raimundo Fagner, Wanda Palhano, e Airton Queiroz.


DISCURSO DO ACADÊMICO REGINALDO VASCONCELOS, AUTOR DA INDICAÇÃO

Ilustre Mesa Diretiva, que cumprimento na pessoa do nosso Presidente de Honra, o Senador Cid Carvalho. Particularmente, saúdo e exalto ainda o Chanceler Airton Queiroz, grande homenageado desta noite; Dona Yolanda, Primeira Dama do meio empresarial no Ceará; a Dra. Fátima Veras, Magnífica Reitora da Unifor, que tanto contribuiu para viabilizar esta homenagem. Senhores acadêmicos, meus confrades. Demais autoridades, seleta plateia de familiares e convidados, meu pai e minha mãe aqui presentes, minhas senhoras e meus senhores.

Quando comunicamos a Dona Yolanda Queiroz, há cerca dois anos, que seu ilustre e saudoso marido, o empresário Edson Queiroz, fora eleito Patrono Perpétuo da Cadeira acadêmica de nº 3, fundada pelo jornalista Edilmar Norões, que é o seu titular vitalício, frisamos que a homenagem não recaía sobre o grande capitão de empresas e empreendedor incansável. Seria obvio demais homenagear esse gigante do empresariado cearense. 

Naquela oportunidade, esclarecemos à Dona Yolanda que a Academia pretendia com aquele gesto abraçar a imensa figura humana de Edson Queiroz, o cidadão honrado, o parceiro leal nos negócios, o amigo solidário, a pessoa magnânima, nas palavras testemunhais de Guilherme Neto, confirmadas por meu pai, que conheceu de perto o primeiro chanceler. Foi essencialmente isso que esta Academia Cearense de Literatura e Jornalismo quis fazer enxergar em Edson Queiroz, através do bronze insondável das estátuas. 

Agora que elegemos o seu primogênito para a mais elevada dignidade desta arcádia literária, o Chanceler Airton Queiroz, distinguindo-o com o título de Membro Benemérito, nós dizemos o contrário: ao homenagear quem está brilhando entre nós não há uma pessoa física a resgatar, nem uma biografia a descrever. Portanto, para justificar a indicação de seu nome para compor esta Academia, não vos cansarei com o longo desfile de seus muitos títulos e diplomas, que são óbvios.

Todas as honras são do mito, o magnífico continuador da obra paterna; todos os aplausos para a legenda, o jovem que sobre o legado do pai soube construir a obra própria, com o mesmo brilhantismo. Todos os encômios são do príncipe, o maior ícone do ensino superior no Ceará, mantenedor de um dos mais belos campi universitários do Brasil, quiçá do mundo, em que me graduei anos atrás, e em que se graduará uma das minhas filhas. Todos os vivas ao mecenas, o colecionador de obras de arte, o incentivador da cultura clássica entre nós.

Salve! Chanceler Airton Queiroz! Seja bem-vindo a mais esse panteão dos imortais. Tenho dito!   


TRECHO DO DISCURSO DO CHANCELER AIRTON QUEIROZ


"Honra-me receber o título de membro benemérito, a mais alta dignidade concedida pela Academia de Literatura e Jornalismo, que 'tem como principal finalidade a cultura da língua falada e da literatura'. Agradeço ao acadêmico Reginaldo Vasconcelos por me colocar ao lado dos outros nomes distinguidos com a mesma honraria por sua valiosa atuação cidadã.

O dístico latino que consta no brasão dessa Academia se refere ao humanismo no sentido amplo. Significa valorizar o ser humano e a condição humana acima de tudo. Está relacionado com generosidade e preocupação em reconhecer os atributos individuais nas produções literária e jornalística.”




OPINIÕES


Homenageado muito já fez pela difusão da cultura 

"Embora a ACLJ já possua tantos honoráveis em seu quadro, ela cresce exponencialmente de importância ao outorgar o título de Membro Benemérito ao Chanceler, pois a dimensão do nome e da obra dele é reconhecida internacionalmente, porquanto recebeu o título de Doutor Honoris Causa da prestigiada Universidade de Havre, na França".
José Augusto Bezerra
Presidente da ACL

"A concessão desse mais alto título da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo ao Chanceler Airton Queiroz chega em boa hora, uma vez que trata-se de uma personalidade que mais tem feito pela difusão das artes, da cultura e do conhecimento no Estado do Ceará".
Fátima Veras
Reitora da Universidade de Fortaleza (Unifor)

"Fortaleza tem uma grande tradição em academias, basta lembrar que a Academia Cearense de Letras é mais antiga que a Academia Brasileira de Letras. A escolha do Chanceler Airton Queiroz é muito importante por que vai propiciar um inestimável valor cultural à ACLJ".
Magela Lima
Secretário de Cultura de Fortaleza