domingo, 13 de julho de 2025

NOTA CULTURAL - Ceará Francês

 CEARÁ FRANCÊS
O FILME

UM RESGATE HISTÓRICO IMPORTANTE
 

O estúdio Zoom Digital, do produtor de vídeo Eduardo Barros, lançou, com grande sucesso de público, na noite deste dia 12 de julho, no Cine Teatro São Luiz, em Fortaleza, o documentário intitulado “Ceará Francês”, idealizado e dirigido pelo jornalista e pesquisador Roberto Bomfim, Membro Titular da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo. 

Esse primoroso trabalho audiovisual, que marca os 200 anos das relações diplomáticas França-Brasil, foi realizado sob patrocínio da empresa franco-brasileira QAIR Brasil (Quer Brasil) e do Grupo BSPAR.

 

Contou com o apoio institucional do Governo do Estado do Ceará, da Prefeitura de Fortaleza, da Academia Cearense de Letras, do Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico, Antropológico, do Museu Tertuliano de Melo e da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo.


Na plateia numerosa se destacaram dois imortais da Academia Cearense de Letras – o empresário e bibliófilo José Augusto Bezerra (Presidente Emérito daquela veterana e veneranda casa literária), acompanhado pela consorte Bernadete e pela filha Margarete, e o Professor Batista de Lima. 

Além deles: o Consul da França em Fortaleza, Serge Gas; o representante da Câmara de Comércio França-Brasil, Advogado Ilo Marques; Cira Leona e Rocélio, da CL Produções; e o Maestro Potiguar Fontenele, Membro Honorário da ACLJ, enlevado com a reportagem realizada na bela e aprazível cidade serrana de Viçosa em que nasceu, uma das locações do documentário.




Representando a ACLJ, além do seu presidente Reginaldo Vasconcelos, que proferiu discurso de abertura do evento, e do documentarista Roberto Bomfim, que também se pronunciou, os confrades Humberto Ellery e George Tabatinga, além do candidato eleito para a quadraginta numerati da entidade, o motociclista desbravador internacional, pesquisador e escritor Franzé Cavalcanti Façanha, o célebre Bozoka.


Antes do início da projeção, Reginaldo Vasconcelos autografou a sua autobiografia recém-editada aos confrades da ACLJ que compareceram, obra intitulada Arrebóis e Plenilúnios – 25.000 Diasque resolveu distribuir aos seus afetos, no sereno dos eventos culturais, em vez de promover noite do autógrafos.


Fotografias: Margarete Bezerra, R. Bomfim e Cira Leona       

 

ABERTURA
 REGINALDO VASCONCELOS 


Minhas Senhoras e meus Senhores, boa noite. Como já anunciado, eu estou presidente da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, uma das instituições culturais apoiadoras dessa brilhante iniciativa audiovisual, no projeto intitulado Ceará Francês, que marca 200 anos de relações diplomáticas Brasil-França. Instado a fazer a abertura desta solenidade de lançamento do referido documentário, peço a sua atenção e a sua paciência para uma rápida contextualização da matéria, talvez cometendo algum spoiler

A partir do Século XV, ingleses, portugueses, espanhóis e holandeses se aventuravam pelos mares na direção do Oriente, procurando fazer negócios com civilizações desenvolvidas da Ásia, através das chamadas rotas da seda e das especiarias, como também, já nos séculos XVI e XVII, em busca de territórios ainda incultos que pudessem ser colonizados – e foi a essa saga colonizadora que se incorporaram os franceses.


A Inglaterra colonizou a parte setentrional da América do Norte, onde fundou os Estados Unidos, ficando os holandeses na América Central, assim como os franceses, que também colonizaram a região de Quebec, no Canadá, e do Golfo do México e regiões do vale do rio Mississipi (e mantêm hoje uma extensa fronteira com o Brasil, entre a Guiana e o Estado do Amapá) – enquanto Portugal e Espanha conquistaram e partilharam a Sul-América. 

O Ceará foi visitado antes do descobrimento do Brasil por navegadores espanhóis, teve um enclave militar holandês, mas prevaleceram os portugueses, muito sincretizados com os indígenas locais, com pouca presença africana e com ascendência dos chamados cristãos novos europeus, que eram judeus aculturados.

Já no Século XIX, Fortaleza teve duas famílias europeias de destaque, a do Barão Smith de Vasconcellos, uma fusão britânico-lusitana, e a família do Barão de Studart, essa com origem na Inglaterra.

Mas por todo esse período colonial a cultura francesa predominava, a começar pelo idioma, pois o francês era o que se chama “língua franca”, aquela que as pessoas aprendem e usam para a comunicação universal, entre falantes de idiomas diferentes. Mas também na culinária refinada, nas artes, na moda, nos costumes, sob os eflúvios da renascença francesa, da bella époque, e do humanismo em geral, principal motor do iluminismo.

Por isso mesmo foi intensa a influência da França no mundo todo, tal sorte que os itens automotivos eram designados em francês – capô, giclê, tabeliê, chassi, chofer, etc. 

Inclusive na cultura nordestina – onde se dançava a quadrilha em francês – mormente no Ceará, que teve a sorte de receber o polímata Pierre François Théberge, nascido em Marceille, que se fixou no sertão central, em 1845, e deu ares parisienses à arquitetura da cidade de Icó – a cidade do Brasil que tinha mais pianos nas residências, em proporção aos habitantes, e que influenciou outras urbes importantes do Estado, inclusive a Capital. 

Nos negócios de comércio exterior, a família Boris abriu em Fortaleza, em 1869, filial de sua empresa sediada em Paris, e um ramo desse clã de empresários franceses prosperou em Fortaleza, e se radicou definitivamente no Ceará, com ilustres descendentes até hoje entre nós. 

E por inspiração francesa, o Ceará fundou as primeiras arcádias literárias do Brasil, inclusive a Academia Cearense de Letras, mais antiga do que a Academia Brasileira de Letras. Esta última adotou o fardão da congênere francesa, que a nossa Arcádia Alencarina, da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, também copiou.

Esses fatos explicam o significado e demonstram a relevância da peça cinegráfica que vai ser lançada a seguir, e a que nós vamos ter o privilégio de assistir, intitulada “Ceará Francês”, idealizada e realizada por dois talentosos cearenses, nosso confrade Roberto Bomfim, jornalista e documentarista, e o Eduardo Barros, o Dudu, prodigioso videomaker.

Esse seu trabalho vislumbra pontes históricas de sensibilidade artística, numa obra que reconstrói, valoriza e eterniza as antigas e profundas relações entre o nosso povo cearense e a cultura francesa. 

O principal mecenas desta iniciativa cultural é a empresa Qair Brasil, cujo apoio, mais do que financeiro, é meritório, porque representa o nobre compromisso com o resgate da memória, a preservação da história e a promoção da nossa identidade cultural.

Exaltamos ainda a Câmara de Comércio França-Brasil, por acreditar no potencial transformador da arte como vetor de aproximação entre os nossos povos, e ao empresário Beto Studart, cuja sensibilidade cultural e o espírito de mecenato têm sido exemplos de cidadania, comprometido com as raízes do Ceará.

O apoio institucional de entidades culturais prestigiosas para o sucesso deste projeto: além da nossa Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, a Academia Cearense de Letras, o Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico e Antropológico, a Aliança Francesa e o Museu Tertuliano de Melo. Elas somaram esforços para garantir a legitimidade e o alcance dessa produção cultural.

Reverenciamos também os pesquisadores, historiadores, artistas e cidadãos em geral, que colaboraram com suas memórias e saberes – gente do povo, que enriquece a narrativa com autenticidade e alma – e a presença institucional do Governo do Estado do Ceará, bem como da Prefeitura da Capital – e do senhor Serge Gas, Cônsul da França em Fortaleza, cujo apoio moral reafirma os laços culturais que unem nossas nações.

Finalmente, importante ressaltar que este projeto não se encerra com este lançamento. Ele se prolonga – e se amplia. Ceará Francês seguirá sendo compartilhado em escolas, bibliotecas, instituições culturais, no Brasil e na França, onde será lançado em versão transcrita em Paris para o francês, perpetuando esse elo de amizade e intercâmbio.

O filme não é dos que produziram, mas de todos nós... Cearenses e franco-cearenses.

Tenho dito,

Merci beaucoup. 

sábado, 12 de julho de 2025

CRÔNICA - Sinuca de Bico (RV)

 SINUCA DE BICO
Reginaldo Vasconcelos*

  

O Supremo Tribunal é a mais elevada instância do Poder Judiciário, vocacionada a dirimir dúvidas constitucionais e competente para julgar denúncias de afrontas à Carta Magna da República, bem como para processar casos de natureza penal, no âmbito da Administração Pública Federal. 

Sendo assim, essa Colenda Corte da magistratura brasileira, em prol de sua legitimidade institucional e respeitabilidade pública, faz presunção absoluta de que se conduza sempre com a mais perfeita lisura e com total isenção, com base nos fatos reais trazidos aos autos, subsumidos à letra de leis positivadas no ordenamento jurídico brasileiro. 

O mundo civilizado moderno, que adota os preceitos democráticos, composto pelo concerto das nações que atingiram os estágios supinos do humanismo antropológico, este certamente espera e considera que a Suprema Corte Brasileira siga, rigorosamente, o devido processo legal. 

Espera que aquele Egrégio Tribunal garanta sempre amplo direito de defesa, decidindo em favor dos réus quando restar a mínima dúvida sobre a sua culpabilidade (pois, em processo penal, nada se pode apenas presumir).

 

Acredita que o Augusto Pretório leve em conta o lema latino clássico segundo o qual “reus sacra res est”, respeitando a premissa de que se devem preferir mil culpados livres a um só inocente condenado. 

Agora o homem mais poderoso do Planeta, presidente eleito da mais pujante democracia mundial, país que detém, inclusive, a maior potência militar entre todas as nações, acusa o nosso Supremo Tribunal de promover perseguição política contra o principal adversário do Governo, inclusive os seus apoiadores. 

Ora, ao se manter em silêncio quanto a isso, o STF assume a pecha gravíssima lançada contra ele, como se admitisse que realmente está a operar injustas condenações em massa, realizando de fato uma “caça às bruxas” – analogia à perseguição da Igreja medieval a quem lhe antipatizasse, durante à chamada “santa inquisição”. 

Calada, a Corte enfrenta uma grande “sinuca de bico” de cunho moral, pois, se condenar o líder político de metade da Nação, ainda que justamente, vai ratificar a acusação que lhe é feita por aquela importante personalidade mundial. Por outro lado, se concluir pela inocência dos réus, vai produzir forte presunção de que, amedrontada, desistiu dos propósitos nefandos que lhe teriam sido atribuídos.  

Caberia, portanto, ao STF, vir a público imediatamente, “urbe et orbi”, dizer que pode o País e o Mundo ficarem tranquilos, pois o referido processo penal será conduzido com total consciência jurídica. 

Garantir que o Tribunal opera de forma independente e imune a quaisquer interferências e interesses políticos, de modo que, não restando cristalinamente provada a culpabilidade de cada um dos réus, eles serão devidamente inocentados, a bem da democracia e da justiça.

 

sexta-feira, 4 de julho de 2025

ARTIGO - Academia Cearense da Língua Portuguesa (VM)

 ACADEMIA CEARENSE
DA LÍNGUA PORTUGUESA
Matéria para a Hora do Vernáculo -30.06.2025

 

INDÚSTRIA ESPIRITUOSA E SUTIL 
DA POESIA BRASILEIRA
Destaque para o Nordeste


Vianney Mesquita – Cadeira número 37
(Patrono: Estêvão Cruz).

 

 

Eu me chamo Zé Limeira 
De lima, limão, limança.
A estrada de São Bento,
Bezerro de vaca mansa...
Valha-me, Nossa Senhora!
Ai que me lembrei agora:
Tão bombardeando a França!


A correção de estilo consiste em aplicar as locuções mais naturais e mais imediatamente representativas dos objetos. (FREI BENITO J. FEIJOO. Religioso, polígrafo e ensaísta da Galícia. Ourense, 08.10.1676; Oviedo, 26.09.1764). 


ACIONE O LINK PARA ACESSAR 

O PLENO TEOR 


https://drive.google.com/file/d/1sik670Vc8vzfoQw_nASXPO3AMO4S_GAB/view?usp=sharing

quinta-feira, 3 de julho de 2025

NOTA LITERÁRIA - Pierre Nadie em o "Sol ao Luar".

 PIERRE NADIE
EM O
“SOL AO LUAR”

 

Pedro Bezerra de Araújo, nas letras Pierre Nadie, lançou livro, na noite desse dois de julho, no Terraço da Cultura do Ideal Clube de Fortaleza. 

A obra, “Sol ao Luar”, é composta por uma sequência de “trilhas” reflexivas, vertidas em filosofia aplicada, a bordo da melhor prosa poética que a lavra literária do autor consegue haurir. 


A larga vivência de Pierre Nadie se constitui em uma saga de epopeias – menino no sertão maranhense, jovem no seminário clerical, rapaz entre os frades capuchinhos, acadêmico cursando medicina, estudante em universidade de Paris. Médico, oficial da Aeronáutica. Latinista, proposto e aclamado para a ACLJ.

 

A noite de autógrafos, brilhantemente conduzida pelo confrade Vicente Alencar, foi muito agradável e bastante concorrida, reunindo um seleto grupo de amigos e parentes do autor, notadamente acadêmicos de letras das confrarias que ele integra. Nos registros de Roberto Bomfim, o autor e alguns de seus convidados. 

Como sempre acontece, os convidados que prestigiaram o evento denotaram a grande importância que representa a sua presença, enquanto os ausentes evidenciaram que não fazem falta alguma.


O musicista Cesar Barreto, ao final do evento, brindou os presentes com a interpretação, em voz e violão, de duas canções que ele compôs, em parceria com o protagonista da noite, musicando trilhas do seu livro, tratando, respectivamente, da felicidade e do amor, conforme os vídeos que aqui se reproduzem.