sábado, 12 de dezembro de 2015

ARTIGO - Expressão Gráfica (VM)



EXPRESSÃO GRÁFICA
Sorbonne Cearense da Manifestação Visuoeditorial
Vianney Mesquita*


Os livros são os túmulos dos que não podem morrer. (GEORGE CRABBE. Poeta inglês. (YAldeburg, 24.12.1754; Trowbridge, 03.02.1832).


Reflexões Preambulares

Pouco ou quase nada aproveita incitar a lembrança, no propósito de rememorar deleitáveis ou tediosos eventos compartes da história, porquanto o enredo da vida, em todos os aspectos, já vem determinado pelo Autor de seus argumentos. Aqui, evidentemente, se incluem início, meio e cabo, sem que absolutamente coisa alguma deixe de ceder, mais cedo ou tardiamente, aos caprichos demarcatórios dos seus limites.

Eis, pois, a história, em natural dinamismo, ao percorrer a trilha predelineada e descambar para o programado termo, concedendo ensejo a outros fatos, renovados acontecimentos, os quais usufruem das experiências de feitos transatos, cujo decurso, no entanto, já teve a oportunidade de suceder. Os primeiros, todavia, experimentarão igual trajeto e desembocarão em semelhante delta, quando terão continuidade, em sucessão constante, até um dia, quem sabe, ocorrer o decesso completo da Natureza.

As recordações, entretanto, maiormente as distintas reminiscências, vez por outra, em lance venturoso ou amargo, nos ocupam a mente e nos fazem folgar ou sofrer. E isto não é bom, pois bem melhor do que não folgar é não sofrer, ficando tudo em branco, in albis da memória ...

Casas Editoriais de Ontem

Aconteceu de, neste comenos, com suporte em tais argumentos e na alternativa da ventura, me aportarem à retenção as relações travadas, amiúde, por parte dos escritores brasileiros, com as casas editoriais, em passado bem retrocedido ou pretérito mais recente, consoante se deu, por exemplo, nas repetidas visitas e entrevistas de Machado de Assis, e tantas outras notabilidades da Literatura nacional, com os irmãos Garnier – Augusto, Hipólito e Batista – bem assim na José Olympio, nos celebrados almoços pós-1964, com a comparência recorrente, entre outros, de José Lins do Rego, seu escritor permanente, até hoje, sob a destra administrativa por demais aplicada do Grupo Empresarial Record, seu competente sucessor.

Também me reporto, em exemplo mais vizinho, à Livraria Renascença, aqui em Fortaleza, onde o livreiro-proprietário, Luís de Carvalho Maia, se desmanchava em gentilezas aos escritores e demais frequentadores desse estabelecimento, à mesma maneira como sucedia na Aequitas e na Edésio – bem assim na Minerva, em período bem mais recuado, com os proprietários – os Bezerras – Assis, Cauby, Juracy e continuadores.

Imprensa Universitária – U.F.C.

De trato próprio, nos seus faustos, saboreei as delícias da Imprensa Universitária da U.F.C., fundada pelo Magnífico Reitor Antônio Martins Filho – “tipógrafo aos 11 anos” (e sob a direção, antiteticamente responsável, determinada e surreal, de Anselmo de Albuquerque Frazão), onde o vaivém de autores dos mais diversos saberes – de que é feita a U.F.C. – era imenso e constante, sempre sob as vistas e praticamente dependentes dos decisos terminantes desse Reitor Perpétuo (1904-2002), cuja opinião pacificava por definitivo qualquer pendência, ao conceder ao assunto foro de verdade e garantia de vigência.

Ali editei o primeiro livro, em 1984 (Sobre Livros – aspectos da editoração acadêmica), e outros mais, artigos em periódicos científicos da Instituição – Revistas de Letras, Direito, Comunicação Social, Educação em Debate, Jornal Universitário etc – além de acompanhar, feito Secretário-Executivo das Edições UFC, a produção científica levada ao lume por essa Academia, no tempo áureo do Reitor Professor Paulo Elpídio de Meneses Neto (21.06.1979 a 20.06.1983), instituidor do mencionado selo.

Hoje esta marca perfaz 36 anos, e procede, com absoluto êxito, em todos os rincões do Brasil onde comparece a cultura, presentemente sob a mão direita estabilíssima do Professor Antônio Cláudio Lima Guimarães, o qual recorre a outras casas impressoras de Fortaleza para imprimir seus volumes, ao preterir, por pretextos vários, a IU – UFC.

Lastimavelmente, se ofuscou e, num átimo, realmente desapareceu a relevância educativa, cultural e científica da outrora nacionalmente poderosa e efetiva Imprensa Universitária – pois hoje não faz sequer um folder – premida, entre outras razões, mormente de natureza administrativa, pelos ditames dos órgãos oficiais de controle federal, cujas determinações impedem o funcionamento a pleno emprego desse organismo ancilar e indispensável de uma Universidade de vanguarda, sempre à frente de muitas outras suas coetâneas no campo produtivo das ciências e de sua distribuição, a bem da Humanidade, por via da sua elaboração gráfica.

Vai-se rematando, pois, o seu enredo – comentado nas reflexões dos dois primeiros parágrafos deste escrito – de sorte a se lhe agilitar o óbito, quer por incapacidade gerencial, pelo mencionado capricho dos controllers oficiais, desazo da direção maior – Administração Superior – incúria dos funcionários, ou mesmo a conjunção de tantos motos conducentes à morte anunciada de um instituto de tão alevantadas intenções e promotor de tantos resultados, desde sua criação, há exatos 61 anos. Falta pouco, a julgar pelo jeito como as coisas se encaminham, para o terminal Requiescat in pace!

Janela Escancarada

Vez por outra, no entanto, quando uma porta se fecha, resta escancarada uma janela. E eis que apareceu, em Fortaleza, em 1989, uma casa publicadora, com feições modernas e de comprovada responsabilidade gráfico-editorial. Reporto-me à Expressão Gráfica e Editora, cujo admirável crescimento, tanto sob o prisma físico quanto no concernente aos aspectos da qualidade, nada deixa a se pretender em relação a congêneres até de cidades maiores - conforme o são, sob o espectro cultural, além do econômico e populacional, Rio de Janeiro e São Paulo. Isto porque sua planta industrial e o modus operandi funcional, postados na dianteira dos modernos equipamentos da indústria e industriosidade temáticas, lhe concedem identidade absolutamente singular, não incumbindo ensejo a que seja confundida com nenhuma instituição inserta no ramo de sua operação, estabelecida que está, ipso facto, na excelente diversidade. Tal sucede, exatamente, por conta desses predicados, hábil e constantemente perseguidos e alcançados pelos seus dirigentes e stakeholders, por sua vez aplaudidos pelos seus clientes, que lhes devotam fidelidade e almejam vida longa para a Organização.

Seu principal, o Dr. Francisco Eulálio Santiago Costa, teve iniciação gutenberguiana na então tipografia do Colégio Piamarta-Montese, escola técnica dirigida pelos padres italianos piamartinos, onde, depois de cumprido programa regular e feito portador de dotações naturais da profissão, já afeito à Ciência dos Cálculos e à Estética, decidiu abraçar o ofício de arquiteto e urbanista, desenvolvendo programa de graduação em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Ceará.

Após se creditar dos teores de excepcional currículo oferecido pelas disciplinas, optou por perlustrar um esgalho desse primoroso mister humano, configurado na simbiose da beleza com a praticidade/funcionalidade da Arte impressa, sem, no entanto, se distanciar do centro irradiador dos saberes arquitetônicos e urbanísticos, com assento, exempli gratia, dentre muitos influxos, nas ideias de  Vitrúvio (Marco Vitrúvio Polio) – utilitas, venustas e firmitas – o tríade utilidade, beleza e solidez, expressão paradigmática desse prestigioso ramo científico e artístico.

A Expressão Gráfica Editora desenvolveu-se admirandamente nesse entretempo, mercê do descortino dos seus operadores, no cimo, na ponta e sob a dignidade do Dr. Eulálio, na relação absolutamente saudável com os clientes, em meio aos quais os produtores de obras científicas, literárias e artísticas, adotando, permutatis, permutandis, comportamento semelhante ao há pouco indicado pelas editoras do Rio, da Capital paulista e do Ceará de antanho, e ao cuidar, pari-passu, do aggiornamento da Casa no concernente aos avanços da Era Tecnológica e progressos na seara da Administração, Contabilidade e trato cidadão, com vistas a deixar sempre a Empresa no ponto ótimo como escopo para o atendimento de nível máximo aos seus demandantes.

Guardo depoimentos, os mais encomiásticos possíveis, a respeito da recepção operada pelos stakeholders dessa exemplar Organização, por cuja parte adjetiva, operacional do chão de fábrica, respondem a finesse e a urbanidade natural do Dr. Mauro Gurgel do Amaral Neto, por mim experimentadas em cem por cento das vezes em que diligenciei junto à Editora para cuidar de qualquer assunto. Registram-se, constantemente, aquela atenção esmerada, a delicadeza natural procedente de sua educação primorosa e a intenção latente de deslindar os entraves e calhaus, que poderiam funcionar como anteparos aos nossos desígnios de escritores e outros demandantes, mas que, em razão do seu empenho, nas mais das vezes, o problema é dissipado, nos deixando satisfeitos, agradecidos e admirados com tanta lhaneza de trato – tudo isso extensivamente ao comportamento dos demais assessores – do Dr.Eulálio como do Dr. Mauro.

A maioria dessas asserções pode ser validada, por exemplo, pela escritora Professora Maria José Régis Rondon Botelho, habitué da Editora, a qual admira e agradece, constantemente, o atendimento recebido; pelos escritores, excelentes caracteres e nossos amigos, Professores Dimas Macedo, Geraldo Jesuino da Costa e Pedro Henrique Saraiva Leão, bem como por incontáveis pessoas que já experimentaram a ventura, como eu, de editar pela Expressão Gráfica.

Dr. Mauro Gurgel do Amaral Neto, de formação polivalente, economista e advogado, emérito autodidata diuturno da temática universal, faz na sua Editora o papel dos irmãos Garnier e dos demais recepcionistas mencionados neste artigo. Constitui-se leitor (beirando a patologia) de novidades, porém, sabe conceder os descontos das procedências informacionais, e, na sequência, feito intelectual aprestado, logra fazer a cisão do útil em relação ao ocioso, alcançando com facilidade creditar seus proveitos e descartar a lia. Tem ele equipagem cultural e científica suficiente para dar procedimento a um tema proposto, em uma circunstância de visita, todavia, nem sempre concorda ou aceita como prontas e acabadas as opiniões, porquanto reúne condições para, caso enviesadas, complementá-las ou repará-las.

A jeito de fim

Não quero acreditar – e não perdoo de modo algum – que os leitores desta matéria intentem creditar este comentário à conta de uma publicidade da Expressão Gráfica Editora, até porque este não é o medium propício a um desiderato propagandístico, pois existem outros veículos – rádio, Tv, jornal – por onde as mensagens fluem com maior eficácia, tendo por objetivo o intento publicitário, com feedback ligeiro.

O moto do artigo é externar um sentimento verdadeiro de agradecimento e – por que não - de enleamento, pelo fato de essas ocorrências terem curso num tempo quando os valores se desviam de sua rota axiológica natural para restarem excessivamente enviesados, com vistas ao imediato proveito, ao dividendo, ao lucro – este, aliás, escopo primordial da razão empresarial – porém antecedido por outras exigências, como sucede com os comportamentos efetivados pela EG neste passo escoliados.      

De tal maneira, esses motivos me obrigam a pensar que eles representam parte considerável do êxito empresarial da Expressão Gráfica e Editora, a qual pontifica em todo o País como instituição prototípica, e mesmo temática, pois absolutamente singular, nos seus propósitos de alcance editorial, ao satisfazer em condições excepcionais os interesses dos seus clientes, nomeadamente os escritores do Ceará, que lhe consagram a maior benquerença e votam pelo seu perene sucesso, com existência longa e operosa, como Harvard cearense de energia da arte impressora e Sorbonne da nossa manifestação visuoeditorial.


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