domingo, 30 de março de 2014

CRÔNICA (WI)

NO CEARÁ É ASSIM...
Por Wilson Ibiapina*

 Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando. Falei muitas vezes como um palhaço, mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria”. (Charles Chaplin)


Férias no Ceará. Beira do mar em Icaraí, Caucaia. Depois de uma manhã na praia e no sol, saímos à procura de comida e fomos bater no único restaurante da vila. Ficamos espantados quando vimos o comerciante, agindo sem o menor interesse em faturar. A Edilma, minha mulher, foi quem perguntou ao dono o que tinha para o almoço. Ela, que não é cearense, não acreditou no que ouviu como resposta: ”Queira não. O cozinheiro faltou e quem está na cozinha é minha mulher. Ela não sabe cozinhar, não sabe fazer nada.

Na mesma praia, presenciamos um turista paulista pedir 20 sanduíches pra viagem. O dono também desnorteou o freguês recém-chegado de uma cidade que privilegia o lucro: “Home, isso dá muito trabalho. Leve o salame, compre o pão ali na padaria da esquina e faça sua merenda em casa.” O paulista foi embora sem entender nada.

Nos anos 60, estávamos com um grupo de amigos farreando na Beira Mar, em Fortaleza e fomos bater na colônia de férias do SESC, na Praia de Iparana, em Caucaia. O dia amanhecendo, o porteiro avisou: só entra quem tá veraneando.

– Chama o chefe – pedi. E  lá vem um major da reserva, ainda quase dormindo, de bermuda, esfregando os olhos.

– Major, sou jornalista e estou aqui com esse grupo de colegas do Rio, São Paulo e Recife.

São meus convidados – disse o militar, e foi abrindo o portão.

Fui fazendo a  apresentação: “Paulo Sabóia, do Jornal do Brasil; Álvaro Augusto, d'O Jornal, Augusto César, do Diário de Pernambuco; e foi faltando nomes de jornais. Ultima Hora, Gazeta, Diário de Pernambuco, Correio da Manhã...” e aí tive que apelar: “E aqui é o Nanã, engenheiro da terra”. Só não esperava a sinceridade deste:  “Engenheiro, não, macho. Faço o primeiro ano”.

Oscar Wilde dizia que “pouca sinceridade é uma coisa perigosa, muita sinceridade é absolutamente fatal”. Será sinceridade demais desse nosso povo? Juro que não sei se esse modo de agir é pura preguiça, malícia, ironia ou apenas a pura verdade dita com a simplicidade do povo do sertão. Só sei que no Ceará é assim.

*Wilson Ibiapina
Jornalista
Diretor da Sucursal do Sistema Verdes Mares de Comunicação
em Brasília - DF
Titular da Cadeira de nº 39 da ACLJ


RECENSÃO (VM)

LIVRO FUNCIONAL
DE ELIENE MOURA
Vianney Mesquita*

De que serve um livro que não saiba nos levar além de todos os livros? (Frederico Guilherme Nietzsche*. Röchen-Al., 15.10.1844; † Weimar, 25.08.1900).

Um corpo complexo de regras e técnicas para referenciar trabalhos escritos e/ou reproduzidos por quaisquer expedientes e suportes foi instituído pela sociedade, com o escopo precípuo de estabelecer, garantir e conservar a autenticidade dos documentos, maiormente daqueles frutos de produção editorial, multiplicados editorialmente.

Este repositório de normas, com precedência e importância umas sobre as outras, há de ser observado pelos usuários, porquanto sua desobediência, via de regra, resulta no desvirtuamento da espécie, autoria, classificação temática e de várias outras características estruturais das peças documentais em guarda nos centros de documentação e referência (moderna denominação das bibliotecas), bem assim em coleções particulares para posterior emprego.

Na ampla seara taxinômica, então, a enorme variedade de material em registo – quanto aos diversos ângulos de sua distribuição por classe (forma, conteúdo, canal, suporte et relicua) – solicitou a existência de verdadeiro caudal de procedimentos, estabelecidos no curso de anos e anos de experiência no trato biblioteconômico.

Esta realidade chegou até o auge de impor o desenvolvimento de programas de formação superior e pós-graduação, em sentidos estrito e largo, na grande área da Ciência da Informação e ramos disciplinares afins, onde são refletidos, praticados e pesquisados os copiosos eventos a envolverem a produção, referência e abrigo dessa mui diversificada sucessão de informações.

Nas diversas nações onde se produz documento, jamais nos países de cultura mais letrada – como felizmente já se amostra o Brasil – em geral, os lineamentos de referência bibliográfica, catalogação e taxionomia são semelhantes, hajam vistas prestigiarem, mudado aquilo falto de mudança e na devida ordem, autor, obra, tradutor, número e local da edição, editor e exercício da publicação – isto em vários exemplos a suscitar.

De tal modo, cada Estado adota princípios particulares, todavia conformados aos preceitos de ordem internacional, adquiridos pela prática e consuetudinariamente no curso de muito tempo.

Em nosso País, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT é a longa manus nacional da Organização Internacional de Normalização (ISO – Internacional Standardization Organization), entidade pluriestatal encarregada, juntamente com suas associadas em cada Estado, de proceder às recomendações para normalização de documentos.

Na seara da produção científica e similares – repetimos – é imperiosa a obediência às indicações da ABNT, nomeadamente na normalização de monografias, dissertações e teses nas universidades, institutos, centros universitários e de pesquisa, bem como nas IES isoladas, a fim de ensejar rápida e fácil recuperação informacional, com o emprego dos elementos prescrito pelo conjunto de cânones oriundos dessa instituição e de suas iguais, bem assim de proteger o bem de capital dos autores, configurado no produto de sua indústria intelectiva para acumulação dos feitos de Ciência, Tecnologia e Arte.

Impende atentar-se para o fato de haver, de quando em quando, modificações, acréscimos e subtrações nesses dispositivos, ex vi da evolução e aparecimento dos fatos apontados pelos cientistas, razão pela qual os produtores de conhecimento hão de estar amodernados em relação ao estado d’arte da documentação e disciplinamentos afins, com vistas a compadecer seus textos aos estalões recomedados. A falta dessa diacronia regulamentar propicia a assomada de referências baseadas em preconceituações não mais positivas nem vigentes, ou mesmo procedidas ao talante dos autores, como se apenas a eles fosse cometido esse múnus.

Aliás, convém evidenciar, em sua maioria, as instituições não mais acolhem para defesa e publicação escritos vazados a contrapelo das normas, porquanto esbarram na vigilância de orientadores e referees, providência altamente benéfica à causa da propagação ordenada e bem dirigida do saber.

Todos reconhecem o fato de ser embaraçosa a tarefa de socializar conhecimento novo sob a superabundância de normativas prescrições, assustadora pletora de detalhes aparentemente inócuos, contudo resultados de estudos em grande intensão, ao cabo de tanto tempo, conduzindo a indústria humana escrita pela trilha ampla da ecumenicidade.

Ao reflexionar no tocante a essa dificuldade confessa dos produtores textuais, de operarem seus escritos debaixo de tantas e pormenorizadas regras, a bibliotecária executiva, mestra em Políticas de Educação Superior, encontrou um jeito inteligente de, se não resolver, pelo menos reduzir consideravelmente o problema com o qual se vê de braços, no seu ofício funcional na Universidade Federal do Ceará: o da normalização bibliográfica.

Conforme acontece com os bons executivos da Ciência da Informação, pelo quais nutrimos a maior admiração e prosperamos no máximo respeito, ela escreveu o livro Bases para a Comunicação Científica, um superdidático manual, referência terciária para os autores harmonizarem seus escritos às regras vigentes no Brasil, no concernente a monografias, dissertações e teses acadêmicas, aportando exemplos simples e igualmente práticos de todos os eventos possíveis de suceder ao se escrever nessas três vertentes universitárias de textos.

Sem dúvida, o Manual constitui um aide mémoire de facílimo acompanhamento, com o qual o consultante se sentirá seguro ao operar suas referências, assim transformado pelo preparo técnico e intelectual da Autora, merecedora dos aplausos de quantos lidam com a produção e o tratamento da comunicação acadêmica.


Este livro, no instante exato de sua necessidade, é volume indispensável a docentes, estudantes e coordenadores de programas de pós-graduação, stricto e lato sensu, orientadores e quaisquer pessoas cujo mister se encontra na investigação científica ou com esta guarde afinidade no âmbito de sua atuação.


Post-sciptum

Com este artigo, homenageamos o advogado e linguista coestaduano Itamar Santiago de Espíndola, o qual se dizia “quêfobo”. De estudo, não empregamos a partícula “que” em nenhuma das classes de palavras às quais pertence.


Pedimos encarecidamente aos leitores deste jornal – blog informarem, no lugar propício aos comentários, se a falta desse termo embaçou o entendimento. Obrigado.



*Vianney Mesquita 
 Docente da UFC; 
Acadêmico Titular da Academia Cearense da Língua Portuguesa  
Acadêmico Emérito-titular da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo; 
Escritor e Jornalista.


Comentários.

De fato não se percebe que o texto foi lavrado sem o uso da partícula "que". A mim me parece que isso faz esplender os amplos recursos gramaticais do redator, que dispõe de alternativas adequadas. Todavia imagino que os retores e escribas mais limitados, dentre os quais me incluo, não podem prescindir desse monossílabo – e creio que com alguma ginástica pode-se evitar que ele prejudique o texto ou o discurso. Há inclusive um recurso do Word que avisa ao usuário sobre o eventual excesso de quês na prosa em produção. Reginaldo Vasconcelos 

Comentário.
Confrade Vianney, o ausente não me incomodou em razão da anunciada desnecessidade. Parabéns pelo brilhantismo. Forte abraço, Aluisio Gurgel.

sábado, 29 de março de 2014

NOTA LITERÁRIA - CIRO SARAIVA

DEPOIS DOS CORONÉIS 
J.Ciro Saraiva*

Já está à venda, nas livrarias abaixo relacionadas, meu último livro, “Depois dos Coronéis”, o ultimo da trilogia sobre os velhos líderes políticos do Ceará, Virgílio Távora, César Cals e Adauto Bezerra. 
É um resgate da história política cearense, com episódios bem-humorados, contados de forma direta, sem rodeios. 
Neste último volume, detive-me sobre as campanhas e os governos de Tasso Jereissati, Ciro Gomes, Lúcio Alcântara e Cid Gomes, onde se contam as brigas de Sérgio Machado e Tasso, de Tasso e Paes de Andrade e de Tasso com o Deputado Antônio Câmara, além de outros momentos preciosos.
Por que Lúcio perdeu a reeleição, houve o rompimento de Tasso com Ciro e se deu o declínio do Cambeba.

J. Ciro Saraiva
Começou no jornalismo em 1953, no jornal O Estado. Posteriormente ingressou nos jornais Correio do Ceará, O Povo e Tribuna do Ceará.
Foi radialista nas emissoras Ceará Rádio Clube, Rádio Dragão do Mar e Rádio Uirapuru. Na TV, trabalhou na TV Cidade e foi diretor de jornalismo da TV Ceará.
Foi Secretário de Comunicação dos Governos Manoel de Castro Filho (1981/1982) e Gonzaga Mota (1982/1986) e fez parte da equipe de marketing da vitoriosa campanha de Tasso Jereissati ao Governo do Estado, em 1986.

LIVRARIAS:
- Ler (Av. Washington Soares, 4040)
- Arte & Ciência (Av. Treze de Maio, 2400)
- Lua Nova (Av. Treze de Maio, 2861)
- Mandacaru(Rua Floriano Peixoto, 756)

- Premius (Rua Manuelito Moreira, 55)

NOTA FÚNEBRE - ALFREDO MIRANDA


Faleceu, na madrugada de hoje, 29 de março, às 4:00h da manhã, aos 98 anos de idade, Alfredo Carneiro de Miranda, o penúltimo dos três únicos Patronos Perpétuos da ACLJ ainda vivos quando da fundação do silogeu, em 04 de maio de 2011.

O primeiro foi o jornalista Armando Vasconcelos, aclamado Patrono Perpétuo da Cadeira de nº 9, fundada pelo compositor Evaldo Gouveia. Naquela data Armando já estava acometido de Mal de Parkinson, em avançadíssimo grau, e veio a falecer em 03 de agosto daquele mesmo ano, aos 85 anos.

Alfredo Miranda, serrano de Viçosa,  era um “mestre da cultura”, guardião das mais antigas tradições culturais cearenses, no caso dele a confecção de pífaros rústicos, e a rara habilidade de tocá-los, bem como a disposição de ensinar a técnica às novas gerações.

O pífaro, ou pífano, ou ainda “pife”, é uma pequena flauta transversal, aguda, similar a um flautim, mas com um timbre mais intenso e estridente, devido ao seu diâmetro menor. Os pífanos são originários da Europa medieval e são frequentemente utilizados em bandas militares.

Feito com osso ou bambu, tornou-se um instrumento tradicional do Nordeste do Brasil, e seus tocadores transmitem a cultura do pífaro pela tradição oral – tanto a confecção quanto o repertório, que em geral dispensa partitura, sendo tocado de ouvido. Seu Alfredo deixou registrado em CD várias peças de sua obra musical.

Além da arte musical que dominava, Alfredo Miranda era exímio produtor de licores, utilizando os frutos da Ibiapaba, bebida que comercializava na simpática e tradicional mercearia da família, em viçosa do Ceará.

... “um som de Pife nos acompanha na subida da Serra da Ibiapaba. Pode ser o vento solto no canavial ou nos pés de tabocas”. Pode ser algum filho dileto de Pan, o Deus grego dos pastores e rebanhos... que inventou a gaita musical... Quem sabe se trata do sopro vigoroso de Alfredo Miranda, nonagenário, abrindo, generoso as portas de sua Casa dos Licores..”. (Gilmar de Carvalho)

O corpo do insigne paraninfo sempiterno da Cadeira de nº 35 da ACLJ, fundada por sua filha Inês Mapurunga de Miranda, que é sua titular, está descendo à campa nesta tarde, às 17:00h, no Cemitério São João Batista de Viçosa do Ceará.

Inês é geógrafa, ambientalista, mestre em agronomia, professora universitária – e ainda poetisa, ilustradora, folclorista e musicista.


O Presidente da ACLJ, o Prof. Rui Martinho Rodrigues, falando em nome de todos os demais confrades acelejanos, manifesta sinceras condolências à família Miranda, especialmente à confreira Inês Mapurunga. 

sexta-feira, 28 de março de 2014

JORNAL DO VICENTE ALENCAR (ED 613)

Estamos no 87º dia do ano. Faltam 278 para terminar o ano de 2014

SANTOS DO DIA:
* Gontrão


* Malco


* Castor

PENSE:
"A matéria se dissolve em poeira, a vida renasce com novos corpos" (Poeta Márcio Catunda).

Colaboração  de Izete de  Alencar e Fernando de Alencar.

ATENÇÃO!
Cuidado com o cruzamento da Rua Torres Câmara com Rua Silva Paulet. Ali, pouca gente obedece a preferencial. Os abalroamentos são diários. Todo cuidado é pouco.

FERROVIÁRIO
E o Ferroviário não desiste para as disputas do Campeonato Cearense de Futebol  profissional em 2015. Vamos aguardar. 

ENFRENTA O RIO BRANCO
Neste sábado as 15 horas e 30 minutos o Ferroviário enfrentará amistosamente a equipe do Rio Branco, de Antônio Bezerra, no Estádio Elzir Cabral, na Barra do Ceará.

POSSE NA ACLP
O professor Valdemir Mourão assumirá às 16 horas de hoje, em reunião ordinária da Academia Cearense da Língua Portuguesa a presidência daquele colegiado.  O atual presidente, jornalista Vicente Alencar, após dois anos a frente da ACLP, comandou o processo de eleição e a escolha de Valdemir Mourão, que foi muito bem recebida por todos.

A atual Diretoria da Academia Cearense da Língua Portuguesa, que assumirá hoje, está assim constituída:

Presidente: Valdemir Mourão
1º  Vice Presidente: João Soares Lôbo
2º  Vice Presidente: Cid Carvalho
1º  Secretário: José Ferreira Moura
2º  Secretário: Francisco Tarcisio Cavalcante
1º  Tesoureiro: Giselda Medeiros
2º  Tesoureiro: Manoel Crisóstomo do Vale
Diretor de publicação: Vicente Alencar

Conselho Fiscal:

José Augusto Bezerra
Ana Paula de Medeiros Ribeiro
José Rogério Bessa
Regine Limaverde 
Maria Luisa Bonfim

AMPLO SUCESSO
Foi uma noite extraordinária ontem no Ideal Clube quando do lançamento do livro de Regine Limaverde intitulado "Canção do Amor Inesperado". Uma grande presença de amigos da poetisa e mais a participação especial de sua Mamãe  Reine Limaverde  cantando e interpretando um poema da filha. Presença da poetisa e cantora Maria Luisa Bonfim interpretando duas canções e  brilhante saudação da psicóloga Bia Jucá. O cerimonial esteve conosco.

ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS
É a seguinte a constituição da atual Diretoria da Academia 
Fortalezense de Letras:

Presidente de honra: Artur Eduardo Benevides
Presidente: Lucia Lustosa
Vice Presidente: Roberto Gaspar
Secretário Geral: Vicente Alencar
1º Secretário: Eduardo Fontes
2º Secretário: Fernanda Quinderé
1º Tesoureiro: Rita de Cassia Araújo
2º Tesoureiro: Révia  Herculano
Diretor de Comunicação: Beatriz Alcântara


SEXTA-FEIRA, 28 DE MARÇO DE 2014
FORTALEZA – CEARÁ  BRASIL
AMÉRICA DO SUL 

FORTALEZA - CAPITAL DO ARTESANATO BRASILEIRO


Vicente Alencar
Jornalista e Radialista
Titular da Academia Cearense da Língua Portuguesa
Diretor de Comunicação da Academia Cearense de Retórica
Membro da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo

terça-feira, 25 de março de 2014

NOTA ACADÊMICA

Prevista para o próximo dia 08 de maio a Assembleia Geral Aniversária da ACLJ, nas dependências da ACI, e sua pauta já está sendo elaborada. Ao lado, o mestre de cerimônia Fernando Dantas, e, abaixo, flagrantes da última Assembleia Geral Ordinária.



Na solenidade, acontecerá a posse da Dra. Fátima Veras, Magnífica Reitora da Unifor, na investidura de Membro Honorário da ACLJ, indicada para essa dignidade pela acadêmica Karla Karenina e eleita pela Decúria Diretiva, a qual já foi diplomada e na oportunidade receberá a sua pelerine ritual. 

Também tomará posse mais um Membro Benemérito, o empresário cearense  Deusmar Queiroz, instituidor da fundação cultural homônima, o qual, tendo sido proposto pelo acadêmico Lindival de Freitas Júnior, foi eleito unanimemente para a referida dignidade acadêmica, e confirmou presença na AGA de maio, para a sua diplomação e investidura.  



Na mesma solenidade, o jornalista Vicente Alencar, Membro Honorário da ACLJ, será investido na titularidade da Cadeira de nº 27, proposto pelo acadêmico Reginaldo Vasconcelos e referendado pelos demais decuriões.

A referida Cadeira é patroneada por Patativa do Assaré e foi fundada pelo grande cineasta Rosemberg Cariry, confrade que foi guindado à dignidade honorífica por ele mesmo pleiteada, pretensão atendida de forma unânime pela Diretoria.


Jornalista Durval Aires de Menezes
Por fim, será concedida ao meritório radialista, publicitário e promotor de eventos Alexandre Maia, o criador da micareta Fortal, a Medalha Jornalista Durval Aires de Menezes, instituída por proposição do acadêmico Aluísio Gurgel Júnior, destinada aos grandes agitadores culturais do Estado.





Será ainda descerrado o retrato pictórico da escritora Rachel de Queiroz, Patrona Perpétua da Cadeira de nº 29 da ACLJ, fundada e ocupada pela acadêmica Denise Sampaio, obra generosamente patrocinada pelo Grupo M. Dias Branco.

Haverá ainda o lançamento de um novo livro do confrade Aluísio Gurgel Júnior, de conteúdo técnico-jurídico, obra cujos exemplares serão disponibilizados gratuitamente aos presentes, por ocasião do coquetel que se seguirá à solenidade, dentre outros livros de acadêmicos que, como de outras vezes, estarão à disposição de eventuais interessados.

A pauta da solenidade parece extensa, mas, na verdade, embora muito variada, sua execução será ligeira, com duração previamente cronometrada, de modo que os trabalhos tenham termo às 22:00h. Evitar-se-ão longos discursos, que demandem mais tempo, tendo em vista a data fixada recair em dia útil. Os que serão empossados, ou homenageados, terão brevíssima saudação dos seus proponentes, ou do mestre de cerimônia, e terão o microfone para um rápido agradecimento informal.        

domingo, 23 de março de 2014

REPORTAGEM

ACLJ TRAZ A FORTALEZA MEMBRO HONORÁRIO RUSSO PARA ESCLARECER A POLÍTICA INTERNA DO SEU PAÍS, EM RELAÇÃO À UCRÂNIA E À CRIMEIA


A Ucrânia é um país que fazia parte da União Soviética, antes próspera república agrícola e industrial, que com o fim do grande estado socialista do qual era parte, passou a viver dificuldades econômicas e políticas.

Ao perder a tutela  administrativa e financeira da Rússia, que liderava o bloco marxista, a Ucrânia ficou órfã, aliás, a exemplo de tantas outras repúblicas, coirmãs no tempo do comunismo soviético – inclusive a ilha de Cuba. A liberdade plena e súbita, tantas vezes reclamada, tem sempre um efeito nefasto para os que se tornaram dependentes.

Sem o apoio russo e sem receber investimentos dos países ricos do ocidente a Ucrânia terminou se dividindo entre os nacionais que desejavam manter laços políticos, culturais e comerciais com a Rússia, e os que preferiam a chamada comunidade comum europeia.

Isso culminou em uma revolução civil, deflagrada há alguns dias e que ainda está em curso, com a queda do antigo governo e a nomeação de um substituto, que promete eleições para breve.

Esse processo levou o território da Crimeia, que pertencia à Ucrânia, a realizar um referendum sobre se o povo local queria permanecer anexado à esta, ou se aspirava voltar a pertencer ao estado Russo.  

O resultado da consulta popular constatou que esmagadora maioria das pessoas da Crimeia preferia ser russa, e então o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, formalizou a sua nacionalização e anexação do território.

Tanto a revolução na Ucrânia quando a anexação da Crimeia pela Rússia despertaram o interesse, a preocupação e o protesto da Alemanha, país líder da Comunidade Comum Europeia, e dos Estados Unidos da América, que inclusive anunciaram sanções diplomáticas contra a grande nação do norte, detentora do maior extensão de terra no Planeta.  

Para esclarecer temas relacionados a esses episódios, com profundo conhecimento de causa, veio à Fortaleza, a convite da ACLJ, o seu Membro Honorário Dmitry Sidorenko, que é o intérprete oficial da Embaixada Brasileira em São Petersburgo, capital cultural da Rússia. 

O diplomata foi recebido pela Decúria Administrativa da ACLJ na casa do confrade Paulo Maria de Aragão. Na imagem ao lado, da esquerda para a direita, Dmitry e os confrades Paulo Ximenes, Rui Martinho Rodrigues, Reginaldo Vasconcelos e Altino Farias. 



Acima, da esquerda para a direita, a acadêmica Karla Karenina, os convidados Raul Barcelar e Jacines Luz, advogados pertencentes ao Conselho da OAB-Ce, Dmitry, Rui Martinho Rodrigues, Reginaldo Vasconcelos, o anfitrião Paulo Maria de Aragão, Altino Farias, Adriano Vasconcelos e Paulo Ximenes, levantando um brinde com a melhor vodka russa. 

Dmitry compareceu a diversos programas locais de rádio, como o apresentado pelo confrade Vicente Alencar na Rádio Assunção, outro por J. Lacerda na Rádio Assembleia, e o Antenas e Rotativas, do nosso Presidente de Honra Cid Carvalho, na Rádio Cidade. Participou também da mesa redonda Visão Política, do Acadêmico Arnaldo Santos, pela Televisão Universitária, Canal 14 da NET.





LIVRO (VM)

Guarnições
 Para a História da U.F.C.

“RAIMUNDO HOLANDA FARIAS -Tributo ao Mestre que Ensinou Fazendo” (Karla F. Vieira - Vianney Mesquita)

O mestre que não for dogmático será meramente um docente que não ensina (Gilbert Keith Chesterton. *Londres, 29.05.1874; +Beaconsfield, 14.06.1936).

Eis o título do livro por nós organizado, ora sob elaboração nas oficinas da qualificada Imprensa da Universidade Federal do Ceará, a público, se tudo correr bem, ainda neste mês, fato do qual se fará publicidade no instante oportuno para seu lançamento.
 
Das melhores pessoas que tive a fortuna de conhecer, uma foi o professor Raimundo Holanda Farias, figura de escol, homem, mestre e administrador universitário que dignifica o enredo histórico da nossa Primeira Academia, fundada em 1954.

Os amigos nos reunimos, sob a destra inteligente e segura da doutora Karla Adriana Holanda Farias Vieira, a fim de proceder a este registro de alevantado mérito para o argumento da história educacional cearense, em particular, da UFC, a qual tem neste volume um repositório de consignações declaradas por seus amigos e circunstantes, que com ele desenvolveram tarefas diversas, nomeadamente numa sucessão de fases de maturação e consolidação institucional, em particular no tangente às atividades extensionistas e administrativas.

Consoante os leitores terão o lance de comprovar, principalmente os que não conheceram a pessoa móvel desta edição, ou de RHF não privaram da amizade e companheirismo laboral, este foi um professor e administrador universitário da maior competência, o qual desempenhou – a contento e de sobejo – destacados papéis na instituição a que serviu com o máximo de zelo e aptidão.

Alcançou ser eleito seu dirigente maior – Reitor – fato não materializado em virtude de ocorrências alheias à sua vontade e de seus correligionários, as quais é proveitoso inumar a bem da convivência civilizada.

Neste trabalho, e não poderia ser diverso, em razão da multiplicidade de estilos e formas de tornear, evidentemente, não há unidade elocutória, pois plurais manifestações de multiformes pensamentos, retratando, com exatidão, entretanto, a personalidade e a força laborativa deste dirigente que deixou para os fastos de nossa preclara UFC uma passagem gravada, in albo signanda lapillo, para uso e fruição daqueles a quem é cometida a tarefa de dar prosseguimento à vida institucional.

Textos como o do ex-reitor, prof. Paulo Elpídio de Menezes Neto – de quem RHF foi pró-reitor de estudantes - e dos meus estimados amigos, professores Agamenon Tavares de Almeida, José Everardo Sobreira e Carlos Henrique Martins Ximenes, por exemplo, são denotativos, entre muitos, da vera contribuição do homenageado ao desenvolvimento acadêmico em nosso meio, em adição ao delineamento da sua forma de trabalhar – pacificamente, sem rusgas nem açodamento – modus operandi que exornou sua personalidade e deixou espelho para os pósteros.

Muito nos honra, pois – a mim e à Dra. Karla – o fato de trazermos ao público  este compêndio, que muito deve ao Magnífico Reitor, Prof. Dr. Jesualdo Farias, o qual, na qualidade de administrador acadêmico à perfeição, enxergando os proveitos desta obra, lhe autorizou a feitura pelo selo da Imprensa Universitária, casa editorial de transato dignificante, haja vista a superabundância de obras de  que já dotou o Ceará estudioso e culto.

É uma glória podermos fazer isto.

Fortaleza, março de 2014.


Vianney Mesquita*