segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO




Freitas e Alfredo, com o resenhista
  
A Prefeita de Fortaleza Luizianne Lins, Presidente Estadual do PT, no Programa Direto da Redação (TV Cidade), no seu último dia de mandato, 31 de dezembro de 2012, foi entrevistada pelos advogados e jornalistas Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ.


Luizianne começou afirmando que no momento está tomada pela sensação do dever cumprido. “Não tenho problema de ter oposição”, acrescentou, indagada sobre as críticas que enfrentou na Prefeitura. E relacionou, uma a uma, as obras que sua administração realizou.


Prefeira Luizianne Lins
É fácil deduzir que antes dessa alegada sensação de dever cumprido, impera um agudo sentimento de frustração no espírito da Prefeita, que empreendeu um esforçou ingente, em vão, para eleger seu sucessor. Também descaberia a qualquer político dizer que a oposição não o incomoda. As obras são muitas, e são ótimas, mas estranho mesmo seria não tê-las realizado, após oito anos no poder.

Castelão - Povo do lado de fora
Em seguida a Prefeita passou ao ataque de seus opositores, criticando o Governo de Estado, que teria inaugurado um hospital no Cariri, que somente seis meses depois começou a funcionar, e entregou o novo Castelão ao povo, mas do lado de fora, sem lhe dar nenhum acesso.

Castelão - Dilma do lado de dentro
Tudo isso é verdade. A inauguração do Castelão foi uma pantomima hilária. Somente acreditou naquilo quem “não toma Castanhodo”. Mas, tanto ela própria, quanto outros mandatários do seu partido, Brasil a fora, foram vezeiros em inaugurar obras inconclusas. Esse é um cacoete nojento dos políticos brasileiros, que não se podem apontar com o dedo sujo.

Alfredo Marques perguntou a Luizianne se desistir de fazer o réveillon popular corresponderia a entregar, de mão beijada, uma de suas principais bandeiras, aos adversários políticos. A resposta, obviamente positiva, veio em forma de caras e bocas – não obstante a pálida negativa verbal. Certamente foi uma decisão equivocada, que deve lhe estar doendo muito.

Tanto assim que, na sequencia, a entrevistada relatou que enfrentou inúmeras instituições públicas para conseguir realizar a primeira festa, que se tornou imprescindível no calendário de eventos de Fortaleza. Freitas Júnior conveio que realmente todos “os opositores do réveillon popular capitularam”.

Governador Cid Gomes
Freitas pediu que ela explicasse a sua afirmação de que o Governador é um “traidor”. Luizianne respondeu: “Os Ferreira Gomes traíram o Dr. Lúcio Alcântara, o Senador Jereissati, e por fim a mim mesma... vamos ver quem é a próxima vítima”. Alfredo considerou que talvez a próxima vítima seja o Deputado Eunício Oliveira, do que a Prefeita discorda, em virtude do pacto nacional entre os partidos.

Interessante pontuar que enquanto essas primeiras alegadas traições eram perpetradas, Luizianne Lins era aliada política de Cid Gomes, e nada reclamava, e que ao longo dos escândalos envolvendo o Governo Estadual, como o dos empréstimos consignados e o dos banheiros populares, o partido que ela preside silenciava, na Câmara Municipal e na Assembleia.

Secretário Ivo Gomes
E Luizianne atribuiu uma razão prosaica ao início a sua dissensão com Cid Gomes: Ela não atendia às suas ligações telefônicas, de tal modo que o Secretário Ivo Gomes, que era seu amigo porque foi seu colega na Assembleia, precisava interceder. Diz que não atendia ao Governador porque estava muito ocupada – acredite quem quiser.

Um secretário municipal
Aliás, essa arrogância que a própria Prefeita confessa contaminou todo o seu secretariado, que, de ego inflado pela hegemonia política do seu partido, no seu projeto de perpetuidade no poder, quase não pisava no chão. Mesmo os agentes da AMC se comportavam com essa empáfia. 

O dia da derrota eleitoral
Mas toda essa gente é muito jovem, de modo que ainda vai aprender que o mundo gira e dá muitas voltas, e que uma boa reserva de humildade pode ser necessária no futuro.  

Alfredo quis saber se a administração Luizianne Lins deixa mesmo um passivo de trezentos milhões de reais ao sucessor, conforme denunciou a assessoria do prefeito eleito. Disse ela que não, que se trata de um equívoco contábil do pessoal da transição, pois as contas estão saneadas.

Por fim, Luizianne informa que pensou em deixar a presidência estadual do PT, mas que desistiu, atendendo a pedidos do ex-presidente Lula, da Presidente Dilma e do presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Por Reginaldo Vasconcelos   

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO





No Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, com os analistas sociais Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta sexta-feira, dia 28 de dezembro de 2012, foram entrevistados o advogado e jornalista Fernando Dantas, e o engenheiro civil e promotor de eventos Roberto Farias.  


PINGA FOGO

O primeiro tema abordado pelos comentaristas foi a desavença infantil que se vem observando entre as administrações municipal e estadual, em Fortaleza.

A Prefeitura, por intermédio de seu órgão de meio ambiente, no apagar das luzes da administração petista, interditou as obras do aquário marinho que o Governo Cid Gomes está construindo na Praia de Iracema.

O Governador, por seu turno, em flagrante represália, fez interditar o espigão da Av. Beira Mar, impedindo que a Prefeita Luizianne Lins possa inaugurar o logradouro, na despedida de sua gestão.

O povo cearense assiste enojado esse ridículo roteiro de gibi, Bolinha contra Luluzinha, que se desenha entre os principais mandatários executivos do Estado. Seria risível, não fosse vergonhoso. As coisas sérias da vida precisam ser tratadas com muita seriedade. O povo, seus interesses, seu patrimônio, não são brinquedos de políticos.

Em seguida, Alfredo Marques e Freitas Júnior abordaram a questão da ameaça de apagão elétrico no País, que a Presidente Dilma nega. “Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem”, mas o fato é que de vez em quando alguma cidade, ou região do Território Nacional, fica no escuro, e as explicações oficiais são as mais disparatadas.

A toda hora aparecem notícias de desvios de verbas federais, de políticas assistencialistas demagógicas, de obras eleitoreiras, mas muito pouco se ouve falar em investimentos sérios nos setores energéticos do Brasil. Nessa mesma linha de conduta de avestruz FHC mordeu a própria língua, e todos pagamos caro.

Foto – Evilázio Bezerra
Voltando à política estadual, Freitas Júnior louvou a atitude do Vereador Capitão Wagner, líder dos policiais militares cearenses, o qual teria garantido que não haverá paralisação da classe, durante o réveillon, ao contrário do que aconteceu no ano passado.

Fazendo o habitual contraponto, Alfredo Marques estranhou apenas que o Capitão Wagner tenha mudado radicalmente o seu discurso, já que anunciara “indicativo de paralisação” da polícia, para depois, inclusive, na solenidade de diplomação de vereadores, bater continência para o Governador, contra quem tem feito feroz oposição.  

É preciso frisar que militares, segundo a Constituição da República, não fazem greve. Quando tomam atitudes paredistas, como ocorreu no ano passado, cometem crime de motim ou revolta, entrevisto no art. 149 do Código Penal Militar, punível com reclusão de 8 a 20 anos – acrescido de 1/3 para os líderes.

Sendo assim, a mudança de atitude do vereador, num gesto de civilidade, só denota seu amadurecimento político, enquanto a continência prestada ao Governador foi apenas um elegante cacoete de caserna. Até porque Wagner teve de “pendurar” a farda para assumir a vereança, de modo que, a rigor, não tem mais superiores hierárquicos.        


ENTREVISTAS – FERNANDO DANTAS


O advogado e jornalista Fernando Dantas, titular da Cadeira de nº 19 da ACLJ, patroneado pelo saudoso Demócrito Rocha Dummar, iniciou a entrevista falando de seu hobby pessoal, o ilusionismo artístico, atividade que para muitos é meio de vida e profissão.

Ele pertence à única associação de magia do Ceará, composta por mais de 40 integrantes, presidida pelo médico e político Marcos Queiroz.

Indagado pelos entrevistadores, Dantas pontuou que a prática da magia é milenar, tendo ingressado na Idade Moderna pelo circo. Hoje, move milionários espetáculos, como os promovidos por David Copperfield, que faz sumir granes objetos em público, principalmente em Las Vegas, a Meca do show bis americano.

Fernando Dantas também se referiu ao artista estadunidense Val Velentino, que esteve recentemente em Fortaleza, considerado pela classe como um traidor, porque sob o pseudônimo de Mister M ganhou fama revelando os segredos da profissão pela TV.       


ENTREVISTA – ROBERTO FARIAS

O entrevistado começou respondendo a pergunta de Freitas Júnior sobre o que seria a PPE?

PPE, é uma empresa fundada por Roberto Farias há 28 anos, sob a razão social Projetos, Promoções e Eventos. Há 25 anos a PPE elege, condecora e destaca os melhores prefeitos do Estado. Há 23 três anos faz o mesmo com os empresários em geral, há 10 anos com os políticos e administradores públicos e agora vai selecionar os melhores profissionais de qualquer área.


A eleição dos tops é feita através de formulários preenchidos por Vips cearenses, e pela Internet. Como a PPE homenageou em sua revista a modelo Gisele Bündchen, Alfredo Marques quis saber, de zero a dez, que nota Roberto Farias lhe daria. Ela receberia um oito, pois é magra demais. Farias teria dito a ela própria que um pouco mais de peso não lhe faria nenhum mal.   

MENSAGEM


SOLTEM SEUS BALÕES






 Em 2013, soltem seus balões!

Eu... Já estou voando!


Pedro Altino Farias, em 25/12/2012




quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO






Mônica Sillan
Antônia Lima
No Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta quinta-feira, dia 27 de dezembro de 2012, foram entrevistadas a Promotora de Justiça Antônia Lima, e a Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança de do Adolescente do Estado do Ceará – CEDCA-Ce, Mônica Sillan.  O tema das entrevistas foi o Projeto de Lei 236/2012, que propõe a redução da menoridade penal, de 18 para 16 anos, incluído na Reforma do Código Penal, em tramitação no Congresso Nacional.


PINGA FOGO

Os jornalistas iniciaram o programa referindo ao novo arrastão de bandidos ocorrido esta semana, contra condutores de automóveis que transitavam pela Comunidade Face de Cristo, no Cocó, em plenas 2 horas da tarde.

Esse tipo de assalto coletivo costuma acontecer naquela área, onde a fuga é facilitada pela mata ciliar do Rio Cocó, na qual os bandidos ingressam após o crime, violando as grades que deveriam isolar o parque.


Alfredo Marques pontua que o atual Secretário de Segurança estaria “queimando” o Governo do Estado, porque tem sido absolutamente “incompetente”. “Todo mundo sabe onde acontecem roubos na cidade... menos a Polícia” – Freitas Júnior acrescentou, registrando ainda as fugas em massa de presos, ocorridas em diversas delegacias da cidade, neste natal.

Alfredo lembrou que os turistas que vierem a Fortaleza para a Copa das Confederações vão ser depenados pelos bandidos. “Os gringos que se aventurarem pela cidade, portando suas máquinas fotográficas, vão ficar de cuecas” – disse ele.

O segundo tema abordado foi o orçamento estadual de dois milhões e meio de reais para a festa do réveillon popular, bandeira do PT que a Prefeita Luizianne Lins entregou de mão beijada ao Governo do Estado, e agora, segundo Freitas Júnior, não pode ficar resmungando.

Alfredo Marques nota o oportunismo do Governador, ao alegar que vai fazer uma grande economia na execução da festa. Ora, de fato, a economia foi da Prefeitura, que se livrou dessa despesa. “A Loura está politicamente morta, e Cid Gomes está tripudiando sobre o seu caixão” – concluiu ele.

Finalmente Freitas e Alfredo comentaram a iniciativa do vereador de Maracanaú Carlos Alberto Gomes de Matos, no sentido da redução do número de edis naquela cidade na próxima legislatura, de 21 para 17. Os analistas interpretam esse projeto como “legislação em causa própria”, pois o que querem de fato não é fazer economia, mas dividir por menos gente o bolo orçamentário – segundo entendem.


ENTREVISTAS

As entrevistadas, falando em nome do Ministério Público e do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente se posicionaram contra a redução da menoridade penal, e consequente ampliação da maioridade, para 16 anos, que novamente pretendem parlamentares brasileiros.

No Brasil, houve dezenas de Projetos de Lei, e mesmo de Emendas Constitucionais, na última década, no sentido de se entender que jovens de 16 anos, hodiernamente, são absolutamente capazes de entender o caráter ilícito das condutas criminosas, e portanto deveriam ser plenamente responsabilizados por seus atos.

As entrevistadas insistiram que os menores já respondem por suas condutas infracionais, por meio de medidas sócio-educativas, incluindo a reparação dos danos, a prestação de serviços à comunidade, a liberdade assistida, a semi-internação e a internação por até três anos, conforme a gravidade de seu ato.

O que, segundo elas, não deve acontecer, é voltarem os jovens a ser caso de polícia, ao talante de Juizado de Menores, como descrito no romance Capitães de Areia, de Jorge Amado, escrito em 1937. Isso não é mais possível, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente. Alegam inclusive que o PL 236/2012 seria inconstitucional.

O problema é que não há prioridade administrativa, nem recursos orçamentários suficientes para a plena reabilitação de menores infratores, de modo que as instituições que os recolhem não se distinguem muito dos presídios comuns. Na verdade, são fábricas de adultos criminosos.

Ademais, ninguém comentou na entrevista que bandidos costumam usar menores nas suas ações, para que esses assumam as condutas mais graves, pois a legislação penal não os atinge. Não importando a quantidade e a gravidade das condutas infracionais de um menor, segundo o ECA, ele entra na maioridade como pessoa “ficha limpa”. Isso é um absurdo rematado.  

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

DISCURSO


Homenagem a José Alves Fernandes


Por Karla Karenina

Academia Cearense de Literatura e Jornalismo

Caros confrades, amigos e parentes, senhoras e senhores,

É com a consciência da grande responsabilidade que tenho, neste momento tão especial, de falar como membro da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo e, também, como filha do nosso homenageado, o Prof. José Alves Fernandes, que começo me valendo de uma das inúmeras qualidades dele: a humildade.

Pois, mesmo tendo tido o privilégio de ouvi-lo e vê-lo tantas vezes discursar, dar aulas e proferir palestras tão bem elaboradas e sempre criteriosamente revisadas e até ensaiadas, tamanho o seu zelo com a profissão, ainda assim, estou longe de possuir toda a sua proficiência e lastro intelectual. Quisera eu ter herdado geneticamente a sua enorme habilidade com as palavras e o seu profundo conhecimento da nossa língua mãe.

Mas como não é assim que a coisa se dá, vou fazer o que, na maioria das vezes, dá certo com relativo sucesso: usar a linguagem do coração. Esta, sim, herdada e adquirida dos muitos exemplos de meu pai.

Nosso confrade era um José, que tinha tudo para ser um qualquer, um Zé, como tantos outros bravos heróis anônimos desse Brasilzão de meu Deus. Nascido em São José do Mororó, um lugarejo no município de Aracoiaba, o nosso José nasceu do difícil primeiro parto de Josefa Alves Fernandes, esposa de Tarcísio de Almeida Fernandes, sob os tiros do rifle de papo amarelo de seu avô, a comemorar no terreiro de casa:  “Meu neto nasceu!!!” Pum! Pum! Eu ouvi essa história diversas vezes, sempre encantada pela forma entusiasmada como papai a contava.

Acontece que o neto de Chico Luca nasceu roxo e sem chorar, o que fez o religioso avô levar o recém nascido José, enrolado a uma tipóia, duas léguas à cavalo para ser batizado, a fim de que o menino não morresse pagão. A arriscada operação poderia ter piorado o estado debilitado ou até ter levado à morte o nosso pequeno herói, não fosse a fé e a determinação do obstinado avô.

Algo de miraculoso e premonitório se deu, porém, quando o sacerdote ao colocar o sal na boca do pequenino e proferir a frase: Accipite sapientiae sale, em latim, “Recebe o sal da sabedoria”! José ouviu as palavras que haviam de inspirar o seu destino de mestre e bradou seu primeiro grito de vida.

O primogênito de Zefinha e Cici usufruiu de toda a sorte de peripécias e aventuras de menino de interior como todos os outros, mas algo o diferenciava sobremaneira. Chamou a atenção de sua primeira professora, a Dona Islai, o interesse desmedido do pequeno pelas palavras. Em seu primeiro contato com um dicionário, José deu conta da falta de páginas e decorou todas as palavras do maravilhoso brinquedo que o entretinha absorto naquele mundo mágico de letras e significados. Parecia incrível pra sua professora primária do interior, que o menino tivesse tanta facilidade em aprender e com tanta voracidade.

D. Islai foi comunicar ao avô-mentor que José deveria ir para outras plagas dar vazão ao seu processo crescente e acelerado de desenvolvimento intelectual. Daí para estudar em Baturité e logo depois em Fortaleza tudo fluiu como deveria. E o pequeno virara a esperança do avô de ter um padre na família, como era de costume á época. Então, José passou a estudar no Seminário Diocesano da Prainha em Fortaleza, onde, sem sombra de dúvida, passou os anos determinantes de base sólida da sua formação intelectual e pessoal.

Anos difíceis para o menino de hábitos simples, apegado à família e à vida livre do sertão, mas de fundamental importância para a lapidação da pedra preciosa que brilharia um dia no meio acadêmico e se tornaria referência e exemplo de vida para toda a sua gente!

Eu poderia continuar a esmiuçar sua árdua e linda trajetória de vida e profissão, citar as muitas conquistas intelectuais, as cadeiras ocupadas em várias academias, inclusive na nossa ACLJ, os títulos dos quais destaco o de Professor Emérito da Universidade Federal do Ceará e o de Doutor Honoris Causa, concedido pela UVA de Sobral, seu último compromisso formal como professor, onde era tratado como um verdadeiro pop star, com direito a gritinhos e autógrafos das alunas mais afoitas e apaixonadas pelo doce mestre quando ele ia àquela cidade para algum evento especial. 

Minha filha Camila, a neta companheira de todas as horas, presenciou as manifestações de admiração, carinho e, porque não dizer a tietagem dos alunos do curso de letras daquela cidade por ele. Chegou a registrar em foto a veia humorística e espirituosa de papai que, vestido com toda a indumentária propícia à solenidade em questão. Em retribuição à ovação do auditório de fãs, quebrou todo o protocolo e a formalidade fazendo o gesto da moda (juntando as mãos formando um coração). A plateia foi ao delírio com palmas, assovios e risos, coroando aquele momento tão especial com alegria em profusão.

Assim era o intelectual doce, extremamente carismático e humano, José Alves Fernandes, que emocionava com seu jeito terno e simples.
Eu poderia ressaltar a importância da sua obra no Dicionário Formas e Construções Opcionais da Língua Portuguesa e o ainda tão esperado Dicionário Cronológico da Língua Portuguesa, as contribuições ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa... Mas tudo isso já é de conhecimento e reconhecimento de todos.

Nesta homenagem ao confrade quero deixar na tela das vossas mentes a respeito do nosso José Alves Fernandes, as mais singelas imagens do mestre vestido na sua calça de moletom, camisa polo e sandálias havaianas entre as árvores do seu Sítio Val de Lobos, contando histórias e tomando um bom vinho. Sim, um bom vinho para saborear o “peixe de São Pedro”, como se orgulhava de chamar a tradicional tilápia frita dominical, enquanto contava suas deliciosas histórias. Esses eram os momentos mais felizes do grande intelectual. 

E entre um gole e outro, uma pausa dramática, acompanhada de uma expressão no olhar azul por cima dos óculos, que nos mantinha quase sem respirar esperando o desfecho triunfal das grandes histórias degustadas por ele. Um grande contador de histórias, de Troncoso, de aventuras da infância, do seminário, dos livros, dos heróis gregos, epopeias... História das palavras! Palavras! Sempre palavras! Nunca esquecerei algumas das suas últimas: 

“Eu estou preocupado não é com a verdade do Freud, nem com a do Bento XVI. Não estou preocupado com uma coisa e, sim, com a coisa. Porque quando a mentira se torna padrão, não existe a verdade. Passa a existir uma mentira atrás da outra pra sustentar a inverdade. É bom registrar o que eu to dizendo, porque isso não é lido nos livros. Vocês tem que abrir as janelas de vocês. E virando-se para a enfermeira que perguntou se ele era católico, respondeu: A palavra é complicada, mas a verdade é simples. Sou ecumênico. Porque acredito na verdade e por isso gosto de todos que acreditam na verdade. Sou cristão porque Cristo é a verdade.”

José Alves Fernandes vivia suas verdades com paixão e entusiasmo! Entusiasmo – é essa a palavra! Com Deus no meio, no centro, no coração! Um homem ecumênico, entusiasta e entusiasmado! Ancorado ao self, à essência pura e divina, à verdade.

Cheio de Deus em tudo que fez!  Esse é seu maior legado.

A Academia Cearense de Literatura e Jornalismo se orgulha e se alegra de tê-lo conosco. Sim, ainda o temos e teremos conosco na imortalidade do espírito da nossa confraria e que era também o que animava nosso homenageado: o entusiasmo pelas nossas principais matérias primas, a verdade e a palavra. E para expressar a palavra em gesto, aqui vai pra você, pai, mestre e confrade, o nosso muito obrigados de verdade!

18.12.2012.

Bom Seria...




Bom seria...
Se os homens olhassem para o céu e compreendessem toda a força da criação.

Bom seria...
Se os homens tivessem nos rios, mares e florestas seu equilíbrio e seu futuro.

Bom seria...
Se os homens enxergassem em seu próximo o próprio Jesus.

Bom seria...
Se os homens guardassem sempre em seus corações o espírito do Natal.

Dentre esses homens estamos nós. Façamos nossa parte e o mundo será outro.
 
 A todos, um Feliz Natal!!


Pedro Altino Farias 

domingo, 23 de dezembro de 2012

SOLENIDADE ACADÊMICA DE 20.12.12


Acadêmico Fernando Dantas - Mestre de Cerimônia

Execução do Hino Nacional


Mesa: (EpD) Nilton Almeida, Cid Carvalho, Rui Martinho Rodrigues,
Francisco Paiva Lima, Edilmar Norões e José Sarquis
  
Acadêmica Karla Karenina - Homenagem a José Alves Fernandes

Presidente de Honra Cid Carvalho - Presidente Rui Martinho Rodrigues

Eleição de novo membro - Apuração dos Votos

Eleição de novo membro - Apuração dos Votos

Eleição de novo membro - Apuração dos Votos

Eleição de novo membro - Apuração dos Votos

Eleição de novo membro - Apuração dos Votos

Eleição de novo membro - Apuração dos Votos


Proclamação do resultado: Eleito o jornalista Wilson Ibiapina
para a Cadeira de nº 39

Acadêmico Adriano Jorge fala de Poty Fontenele

Acadêmico Honorário Maestro Poty

Maestro Poty recebe a pelerine

Maestro Poty faz saudação

Acadêmico Reginaldo Vasconcelos fala de Nilton Almeida

Acadêmico Nilton Almeida, Presidente da ACI

Acadêmico Nilton Almeida, Presidente da ACI

Fala do Acadêmico Honorário Nilton Almeida

Acadêmico Aluísio Gurgel 

Acadêmico Aluísio Gurgel fala de José Gusmão Bastos


Acadêmico Honorário José Gusmão Bastos

Acadêmicos Freitas Júnior e Karla Karenina


Reginaldo Vasconcelos, Freitas Júnior e Karla Karenina

Grupo I

Grupo II


Grupo III

Encerramento

Mensagem de natal do Presidente


Reportagem do Acadêmico Alfredo Marques