terça-feira, 27 de novembro de 2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO





No Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta terça-feira, dia 27 de novembro, ausente o segundo jornalista por motivo de viagem, Alfredo Marques  entrevistou o professor e sindicalista Marcelo Santos Marques, seu irmão, que está concorrendo ao cargo de reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), a antiga Escola Técnica, que também já foi CEFET.


PINGA-FOGO

Alfredo iniciou o programa indignado com a escalda da violência em Fortaleza, afirmando que “a única coisa organizada no Ceará é o crime!”. E completou: “Se eu fosse o Secretário de Segurança pedia demissão, e se eu fosse o Governador eu o demitia”. Em seguida comentou os 200 processos contra políticos brasileiros que aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal, vários deles cearenses.

ENTREVISTA

Iniciando a entrevista, Alfredo perguntou a Marcelo a razão pela qual ele decidiu concorrer à reitoria. O entrevistado disse que um mesmo grupo permanece à frente da entidade há 20 anos, e que por isso mesmo falta espírito republicano da instituição, onde cada vez mais impera o autoritarismo, e onde não existe transparência.


O entrevistador perguntou ainda desde quando Marcelo tomou essa decisão, o qual respondeu que a sua candidatura nasceu com o movimento grevista do ano passado. Professores que ganham 3.500 reais no IFCE, ganham 6.500 na UFC, pela mesma cadeira e a mesma carga de trabalho. Os reitores da oligarquia Araripe nunca fizeram a progressão salarial.

“Quem poderá votar na eleição?” – perguntou Alfredo Marques. “Professores, estudantes e técnicos administrativos, que tiveram apenas 11 dias de campanha para tomarem conhecimento das propostas. E o candidato da situação não participou de nenhum dos debates, a que compareceram todos os demais quatro candidatos”.

Alfredo indagou sobre a data da eleição e a data da posse, que serão o dia 28 deste mês e o dia 07 de janeiro, respectivamente. Marcelo acrescentou que está havendo uso da máquina em prol do candidato da situação, de modo generalizado, e que há uma usina de boatos. “Por exemplo, espalharam que haverá greve todo dia se eu for eleito, o que é um absurdo, pois reitor não faz greve, mas a evita, atendendo aos anseios da comunidade acadêmica”.

Por fim, Alfredo perguntou quais são as propostas de Marcelo. Ele pretende fazer um diagnóstico da instituição no primeiro momento, para estabelecer uma cultura de participação da comunidade, com orçamentos publicizados pela Internet, enfim, um modelo administrativo todo novo. Hoje, a reitoria exerce uma severa censura sobre o site, tirando do ar qualquer debate que fira questões que afetem os seus interesses. 

     
    

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CRUZ VERMELHA RESTAURADA



Foi com muito pesar que este Blog publicou, em 10 de agosto deste ano, matéria denominada “A Cruz Vermelha Pede Socorro”, referente a escândalo financeiro sem precedentes na diretoria nacional da entidade, então denunciado por revistas de grande circulação.

Pois é com satisfação proporcional que anunciamos agora a notícia alvissareira de que toda a diretoria envolvida em desvios de verbas foi afastada, no último dia 11 de novembro, que todo o Conselho Diretor foi substituído por notáveis, e que assumiram a Presidência e a Secretaria-Geral da Cruz Vermelha Brasileira dois ícones da moralidade administrativa.

O advogado gaúcho Nicio Lacorte, atual Presidente do Órgão Central rubrocruciano é aposentado da Polícia Federal, tendo ocupado cargos de confiança no âmbito da segurança pública no Estado do Rio Grande do Sul.

O Secretário-Geral é o coronel reformado do Exército Paulo Roberto Costa e Silva, um cearense radicado no Rio de Janeiro, que entre muitos outros cargos foi membro do Gabinete Militar da Presidência da República, chefiou a Assessoria Jurídica do Ministro do Exército e foi Oficial de Ligação do Ministério do Exército com o Poder Judiciário.


Após o saneamento moral da meritória entidade, a nova Diretoria da Cruz Vermelha Nacional já equacionou a dívida trabalhista e tributária que se acumulara durante anos de administrações incompetentes, evitando que fosse leiloado o prédio centenário em que a entidade funciona, no Centro do Rio de Janeiro. Já escalonou as despesas administrativas da instituição e está inspecionando as filiais estaduais, para corrigir as distorções.

Assim, a veneranda Cruz Vermelha Brasileira, filiada à secular Cruz Vermelha Internacional, recupera a sua dignidade, e certamente poderá voltar a prestar seus relevantes serviços a todas as vítimas de sinistros e tragédias.

Cid Carvalho, Presidente de Honra desta ACLJ, respaldou a proposição, feita pela Diretoria, do nome do Coronel Costa e Silva, que também é professor da Escola Superior de Guerra, para ser Membro Correspondente da nossa Academia, no Rio de Janeiro. Costa e Silva aceitou a indicação.     

ARNALDO SANTOS É PREMIADO



O jornalista e sociólogo Arnaldo Santos, membro desta ACLJ, acaba de conquistar o primeiro lugar no concurso de jornalismo financeiro promovido pela Secretaria de Finanças do Município de Fortaleza.


A premiação foi concedida por uma série de quatro edições do programa Visão Política, pela FGF TV – Canal 14 da NET, que foram ao ar nos dias 12, 19 e 26 de agosto, e 02 de setembro deste ano, sobre o tema QUANTO CUSTA FORTALEZA E QUANTO A CIDADE DISPÕE PARA SE AUTOGERIR.

A entrega do prêmio será na próxima quarta-feira, dia 28, as 18:30h, no auditório do Hotel Praia Centro. Todos os acadêmicos estão convocados a comparecer, para prestigiar o confrade, ficando convidados os demais seguidores deste Blog. 

domingo, 25 de novembro de 2012

POESIA


UM NAVIO DANDO ADEUS


Além, bem mais além, bem mais além...
Para além da penúltima atalaia,
Longe, de onde a lembrança não retém
Mais do que a onda triste que se espraia
Sobre as areias e os sargaços, sem
Mais definir-se o rosto dessa praia.

A vastidão do mar, longe também
Só um quase rumor ainda ensaia.

Apartado do tempo desse mar
Não vislumbro por onde navegar
E já não sei da foz daquele rio.

Adernado em soturno varadouro
Perdeu a rota azul dos sonhos d´ouro

E me acena um adeus o meu navio.



Luciano Maia 
in  Além do Azul 
Smile Editorial 
2012

sábado, 24 de novembro de 2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO




No Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta sexta-feira, dia 23 de novembro, ausente o segundo jornalista por motivo de viagem, Alfredo Marques comentou os assuntos mais momentosos dos cenários local e nacional, e entrevistou o Coronel do Exército reformado Paulo Roberto Costa e Silva, cearense radicado no Rio de Janeiro, que há quatro meses assumiu como Secretário-Geral do Órgão Central da Cruz Vermelha Brasileira.

PINGA-FOGO

Alfredo referiu inicialmente que o Estádio Governador Plácido Castelo, hoje batizado de “Arena Castelão”, será a primeira praça de esporte no Brasil a ter a sua reforma concluída, dentre as tantas que estão sendo construídas ou reformadas com vistas à Copa de Mundo, em 2014.

Pontuou que o equipamento público estaria recebendo grama de origem inglesa, “nunca experimentada por um jumento cearense”, acrescentou com bom humor – e louvou o Governador do Estado, Cid Gomes, bem como o Secretário Ferrúcio Feitosa, pela proeza da sua administração.

Considera este resenhista, no entanto, que somente não é louvável a adoção do termo “arena” para denominar o novo estádio, uma erronia vernacular que segue o modismo mais canhestro.

O vocábulo “arena” significa “areia”, adequado portanto aos coliseus e às praças de touros, pois estádios de futebol são sempre gramados. Ademais, essa palavra ainda evoca a violência dos embates sangrentos, e o nosso futebol precisa ser pacificado, tratado como uma festa, e não uma guerra.

Na sequência, Alfredo Marques comentou o questionamento feito por Elmano de Freitas, o candidato do PT à Prefeitura de Fortaleza, derrotado nas últimas eleições, o qual ingressou na Justiça Eleitoral com denúncias de uso da máquina pública pelo seu opositor. O comentarista considera que isso tumultua a política estadual, pois Roberto Cláudio, antes da posse, já tem sub judice a sua eleição.

Comentou ainda o jornalista que o deputado Eunício Oliveira desponta como candidato do PMDB ao Governo do Estado nas próximas eleições, ele que seria o quadro mais proeminente do partido no Estado. O PMDB teria decidido que concorrerá com candidato próprio, e não se sabe como reagirá a isso o governador Cid Gomes, que certamente vai querer fazer o seu sucessor.

Registrou ainda Alfredo Marques que o ex-governador, ex-senador e empresário Tasso Jereissati será a única testemunha cearense a ser ouvida no chamado “processo do mensalão mineiro”, por determinação do Ministro Joaquim Barbosa, do STF, que também fez arrolar um pernambucano de Jaboatão dos Guararapes. “Vamos ver se o Supremo terá a mesma energia e isenção que teve no mensalão do PT” – concluiu Alfredo.

Por fim veio à baila a sucessão para a presidência da Assembleia Legislativa cearense, que transcorre com serenidade, já despontando um nome de consenso, que seria o do Deputado Zezinho Albuquerque, do PSB. 

Mas na Câmara Municipal não há acordo, e a sucessão à presidência pega fogo. Fala-se em dois nomes, o do Vereador Vitor Valim, do PMDB, que pertence à maior bancada de apoio ao Prefeito Roberto Cláudio, e Elpídio Nogueira, do PSB, como uma opção menos votada.

ENTREVISTA

Alfredo iniciou a entrevista apresentando o seu convidado, o Coronel Costa e Silva, já certificando ser “um Costa e Silva do bem”, certamente em referência ao General de mesmo sobrenome que foi um dos Presidentes da República no período de exceção, o qual ficou marcado por pertencer à chamada “linha dura”.

Ressalvando a mera coincidência na profissão e no nome de família, o Cel. Costa e Silva, que é cearense e ex-aluno do nosso Colégio Militar, relatou que até quatro meses atrás conhecia a Cruz Vermelha do cinema, que tanto exibe a sua benemérita atuação, mormente socorrendo as vítimas de guerras e catástrofes, até que foi convocado pelo Conselho de Genebra, Órgão da Cruz Vermelha internacional, para assumir como Secretário-Geral da instituição no Brasil, que então se afundava numa crise.


 A crise era administrativa e financeira, refletindo socialmente quando revistas de circulação nacional divulgaram um escândalo de desvio de verbas da diretoria anterior.

Essa antiga diretoria, atualmente sob investigação do Ministério Público Federal, foi toda ela afastada no dia 11 de novembro, tendo assumido daí em diante um novo Conselho Diretor, composto por notáveis da sociedade brasileira, sob a presidência do advogado gaúcho Nicio Lacorte, delegado da Polícia Federal aposentado, e tendo o Cel. Costa e Silva como Secretário-Geral, todos imbuídos na missão de sanear e moralizar a entidade.

Alfredo indagou então sobre a situação administrativa das filiais estaduais e municipais da Cruz Vermelha, pelo Brasil a fora. O entrevistado informou que há algumas filiais com problema, todas elas sendo objeto de investigação.

A filial do Ceará, segundo ele, ainda está sob intervenção do Órgão Central, acrescentando que sua estada nesta Capital tem exatamente o fito de realizar um relatório circunstanciado para que a Assembleia Geral Nacional que ocorrerá no próximo dia 30 de novembro delibere sobre o seu destino. “Aqui nós encontramos uma situação atípica, pois embora a intervenção administrativa decretada pelo Órgão Central ainda esteja em curso, nós encontramos uma diretoria formalmente constituída”.

Em suma, o Coronel Costa e Silva deixou claro que todos os grandes problemas que o Dr. Nicio Lacorte e ele próprio encontraram na administração da Cruz Vermelha já estão equacionados, afastados os suspeitos, adotado o critério da “lei da ficha limpa” doravante, todas as dívidas negociadas, as despesas bem escalonadas, contratada uma auditoria internacional para constatar os resultados, de modo que a veneranda entidade volta a contar com o mesmo prestígio de antes, pronta para prestar os serviços relevantes que sempre prestou à sociedade brasileira, no socorro às vítimas humanas de toda ordem de tragédias, sinistros e infaustos naturais.        

Reginaldo Vasconcelos
     

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CRÔNICA


Desencontros


A música que tocava era das piores, mas como não ouvir?

Meu celular descarregou na hora do “alô”, silenciando minha voz rouca.

A comida chegou antes da fome... E foi embora.

Perdi o que queria encontrar, encontrei o que queria esquecer.

O estômago vazio trai a concentração até que a gente se acostume com ele assim.

Entrei numa contra mão e dei de frente com a Lua. “Agora não”, pensei. “Mais tarde, talvez”.

O estômago vazio parece uma imensa cratera.

Enfim, hora de dormir. Sonhos desconexos completam os desencontros do dia.

Destempero de vida!

Amanheceu. É outro dia. Amém!


Pedro Altino Farias, em 06/11/2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO




O Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta quarta-feira, dia 21 de novembro, entrevistaram o Procurador da República Alessander Sales sobre a ação civil pública que ele acaba de aforar, contra a Agencia Nacional de Energia Elétrica – ANAEEL, reclamando a devolução de valores cobrados irregularmente aos consumidores brasileiros.

Alfredo Marque indagou ao entrevistado sobre o tema que versa a ação civil pública que o Ministério Público Federal está iniciando contra a ANAEEL.

O Procurador Federal esclareceu que foram cobrados valores a mais nas contas de energia, em todo o País, em virtude da aplicação de uma metodologia inadequada na recomposição da tarifa, segundo os argumentos da ANAEEL, e a ação visa corrigir esse erro do passado.

Freitas Júnior perguntou se a agência não dispunha de técnicos com a necessária qualificação profissional para constatar o erro antes da cobrança equivocada – ao que Alfredo Marques complementou que a Presidente Dilma Rousseff deveria mandar demitir toda a equipe.

Alessander reconhece que o erro foi realmente gritante, e que o empenho prioritário do Ministério Público é fazer esse dinheiro ser devolvido, preferivelmente à vista e na sua totalidade. Diz que a ANAEEL quer devolver os valores de forma parcelada, mas o Ministério Público não concorda. Partimos do pré-suposto de que a dívida é confessada. A controvérsia está apenas na forma de pagamento.

Alfredo insistiu na dúvida sobre como um erro dessa dimensão aconteceu, e se houve apuração de eventual má-fé, tendo em vista que esse tipo de coisa nunca acontece contra os interesses das grandes companhias.

“A bem da verdade, o erro foi detectado de ofício” – pontuou Alessander Sales. A própria ANAEEL teria provocado audiência pública, que produziu uma nota técnica, mas considerando a possibilidade da devolução parcelada dos valores cobrados a mais. Mas o Ministério Público quer que esses valores sejam individualizados e preferivelmente devolvidos em dinheiro – ou no máximo deduzidos nas futuras contas de energia.

Alfredo perguntou qual o argumento da ANAEEL contra o sistema de descontos nas contas futuras. Segundo Alessander, a agência alega que ao terminarem os descontos, o público iria estranhar o retorno do pagamento da tarifa normal. "Mas essa alegação não nos convence".

Alfredo quis saber ainda como a ANAEEL justifica a sua falha. O entrevistado respondeu que ela alega que teria havido um erro na utilização da metodologia, em função de demora na apuração e fixação dos índices a serem utilizados. Essa é a explicação técnica, e nós ainda não encontramos indícios de má-fé.

Na sequência, Freitas Júnior pediu detalhes sobre o andamento do processo. Alessander Sales esclareceu que  ingressou com a Ação Civil Pública na semana passada, "e nós estamos esperando a distribuição".

“Não há controvérsia quanto à dívida, nem sabre o valor devido, mas apenas sobre a maneira de pagar” – reiterou o Procurador. “Não há nenhuma razão jurídica para  que o dinheiro não seja devolvido à vista”.

“Mas há muita permissividade nisso tudo, pois até a Presidente Dilma andou anunciando durante a campanha que iria haver desconto na conta de energia, sem acrescentar que isso seria apenas a devolução do que foi pago a mais pelas pessoas” – pontuou Alfredo Marques.

Alessander Sales comentou então que “é preciso acompanhar o processo desde o início, para evitar manipulações. Tenho condições de afirmar que já há procedimentos que visam evitar distorções desse tipo”.

Freitas fez então a declaração bem-humorada de que faz questão de receber à vista o dinheiro que a ANAEEL lhe está devendo, e a propósito disso Alessander informou que já há ações individuais contra a ANAEEL tramitando, cobrando valores obtidos por perícias independentes – geralmente de empresas.

Disse ainda que as famílias e as pessoas físicas têm direito a essa devolução, mas que para os consumidores industriais o custo da energia elétrica tem grande peso na produção, de modo que um negócio pode ser inviabilizado e empresas podem até quebrar, em função do preço da tarifa elétrica.

Finalmente os entrevistadores agradeceram à honra da presença do Dr. Alessander Sales ao Direto da Redação, colhendo dele o compromisso de voltar, quando houver novidade relevante no processo. Alfredo Marques frisou a bravura moral daquele Procurador Federal, que é dos mais combativos na defesa da sociedade.

O resenhista, Reginaldo Vasconceloscomo ex-aluno do entrevistado na cadeira de Direito Ambiental, matéria sobre a qual Dr. Alessander Sales é uma das maiores autoridades no Estado, se associa às referências elogiosas a ele feitas pelos confrades Freitas Júnior e Alfredo Marques, nesta edição do Direto da Redação.



  

domingo, 18 de novembro de 2012

CRÔNICA


O XADREZ DO MENSALÃO



Quando a prática do mensalão foi denunciada por Roberto Jefferson, envolvendo integrantes do partido e do governo de Lula da Silva, o então presidente estava no estrangeiro, para variar.

De lá, impactado com o escândalo, sentindo-se na iminência de um cheque-mate ético, ele olhou para o tabuleiro de xadrez político e moveu a única peça de que dispunha no momento, para tentar fugir do cerco.

Declarou, em síntese, que aquilo que os seus foram pilhados fazendo, outros fizeram no passado. Que, enfim, todos faziam. Naquele momento, a única saída lhe pareceu universalizar o vício e naturalizar a deformação.

Mas, já de volta ao Brasil, ele percebeu que o adversário da partida, surpreendentemente, não fez a jogada fatal para encurralar o rei do jogo. Jefferson investiu contra a torre, contra o cavalo, contra a rainha, mas permitiu que o rei passasse livre. Não... Lula fora enganado. Era apenas um inocente útil.

Com esse salvador alento, Lula embarcou no novo argumento e foi à televisão declarar que fora traído, e pediu desculpa à nação pelo que fizera o seu partido. Ele não disse quem foi o seu traidor, mas hoje se sabe que quem o traiu foi o destino.

Por evidente má sorte, o seu pessoal fora apanhado fazendo aquelas coisas feias que ele tanto criticava antes, mas que chegando ao governo passou a achar muito normais, conforme dissera na Europa. Ora, todo mundo fazia aquilo!

Isso ficou assim, enquanto Jefferson o blindava e o Parlamento o protegia. A oposição pensava que ele sangraria ao longo de um processo penoso, até fracassar na reeleição. Não pediram o seu impeachment porque não queriam o vice Zé Alencar na Presidência da República.

Mas Lula cresceu nos tamancos, conservou o bom conceito e manteve a potência eleitoral. Então Jefferson mudou o discurso e a oposição quis atacar. Tarde demais. Agora Lula já escapara do cerco e não temia mais o cheque-mate.

Luiz Inácio passou a dizer que o mensalão era fictício. Armação das elites, perseguição da imprensa burguesa. Não era mais coisa normal da política brasileira; não fora mais uma traição contra ele; não precisava mais se desculpar com ninguém. E assim  foi reeleito.


José Dirceu continuou mandando no jogo, escondido por trás dos panos; José Genoíno foi condecorado como herói, pelo Exército Brasileiro; o “nosso Delúbio” destilava cinismo, declarando que o mensalão viraria uma “piada de salão”.

Não virou. Virou um processo sério, que foi julgado com seriedade. Os condenados recorrem agora à maquiavélica premissa de que “tudo o que é bem negado, nunca é bem sabido”. Negam, apesar das flagrantes evidências. É legítimo. É só o que lhes resta fazer.

Porém, o partido do Governo lançou recentemente uma nota tentando desqualificar o Supremo Tribunal Federal, e isso de fato é muito grave.

Isso cheira a crise institucional, pois se trata de um ataque contra a cúpula de um dos três Poderes da República, feito pelo partido político que domina os outros dois. São do PT a Presidente e os seus ministros mais influentes, e pertencem à sua coligação todos os próceres principais.




Ademais, a crítica acerba recai sobre o Poder Judiciário, o único a que não são consentidas manhas políticas e bravatas estatais. É a balança do equilíbrio que os outros devem respeitar, como o guardião de todos os direitos e garantias e de todas as liberdades democráticas.

O PT deveria entender que o jogo de xadrez acabou e que ele perdeu essa partida. Melhor fazia ficando quieto, antes que sobre xadrez para os seus demais moluscos de estimação, como já ameaça acontecer.

Enfim, de nada adiantará, a essa altura, depois de se lambuzar nos fluídos doces da direita mais retrógrada, o PT querer reeditar as amargas técnicas esquerdistas do terrorismo verbal e da resistência guerrilheira. 

Por Reginaldo Vasconcelos

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

RESENHA - DIRETO DA REDAÇÃO





 O Direto da Redação, programa que vai ao ar de segunda a sexta pela TV Cidade, às 8:15 da manhã, apresentado pelos analistas sociais Alfredo Marques e Freitas Júnior, membros da ACLJ, na edição desta terça-feira, dia 09 de novembro, abordaram temas mais atuais do noticiário cearense e mundial, e entrevistaram a psicopedagoga Magui Guimarães, sobre o evento promovido entre os dias 09 e 11 deste mês de novembro, no novo Centro de Eventos de Fortaleza, a 5ª Conferência de Felicidade Interna Bruta, um novo conceito com a sigla FIB, em oposição ao PIB, o Produto Interno Bruto, que é o grande parâmetro de crescimento econômico dos países, ainda tido como o índice supremo de bem-estar da sociedade.


PINGA-FOGO

Os comentaristas iniciaram o programa tratando do salário dos Juízes Federais brasileiros, que se mobilizam por melhor remuneração. Alfredo Marques lembrou  que os proventos desses magistrados estão acima do que ganham seus colegas norte-americanos, mas Freitas Júnior pontuou que o chamado “custo-Brasil” representa uma grande desvantagem. De fato, para ter o mesmo padrão de vida que têm os americanos, um brasileiro precisaria ganhar mais.

Na sequencia, Freitas registrou que o Deputado Heitor Ferrer voltou à tribuna da Assembleia para denunciar que o “esquema” dos empréstimos compulsórios continua, sob os auspícios do Governo do Estado, promovendo o enriquecimento de empresas particulares, em detrimento do funcionalismo público estadual.

Alfredo Marques concorda que o mesmo grupo de protegidos continua cometendo usura sobre empréstimos consignados pelos funcionários estaduais, o que representa uma mancha no bom conceito do Governo Cid Gomes. O Governador, a princípio disse que desconhecia o “esquema”, e ao que parece continua desconhecendo, pois depois de todo o escândalo ele ainda o está mantendo.

O tema seguinte, trazido por Freitas Júnior, foi o sequestro dos passaportes dos condenados no julgamento do mensalão, medida determinada pelo relator do processo, o Ministro Joaquim Barbosa. Com sua costumeira ironia Alfredo Marques pontuou entre risos que essa providência vai prejudicar o “pessoal”, que certamente já estava com passagens marcadas para passar o réveillon no exterior.


ENTREVISTA

Perguntada sobre em que consiste a expressão “Felicidade Interna Bruta”, a psicopedagoga Magui Guimarães esclareceu que se trata de um novo índice anual, já reconhecido pela ONU, o qual visa medir o grau de bem-estar da sociedade.

Magui relata que em 1972 se verificou que o Butão, um pequeno país situado entre a Índia e a China, tinha o menor PIB do mundo, entretanto registrava os melhores índices sociais no tocante à paz pública e ao grau de satisfação pessoal dos indivíduos.

Alfredo Marques indagou então de que maneira um país milenar, espremido entre duas grandes potências, pode ter um povo tão feliz.

A entrevistada revela que os butaneses confiam nos seus governantes, e vivem cantando e dançando em praça pública. “As crianças não estudam para acumular informações, mas visando atingir o pleno sentido das artes” – diz Magui. Ela narra que indagou a um butanês como eles conseguem tempo para cultivar o hábito de contemplar as plantas, e ele respondeu que eles conversam com elas, quando as estão observando.

Exemplificou a entrevistada que enquanto os Estados Unidos triplicavam o PIB nacional, nesse mesmo espaço de tempo a felicidade do povo decrescia: divórcios, assassinatos, depressão, suicídios, crescimento da população carcerária... “Isso porque nós não temos apenas necessidades físicas, mas também metafísicas” – disse ela.

Freitas Júnior indagou então se esses fatores da FIB não dependeriam principalmente do Estado. Magui redarguiu que não se deve terceirizar a culpa, pois se a felicidade depender somente de fatores externos ela se torna inatingível. Que os fatores íntimos são decisivos.

“Mas a FIB não depende também das necessidades de consumo?” – quis saber Alfredo Marques. Diz Magui que não. Que na verdade não se quer opor a FIB ao PIB. De todo modo, afirma já existem economistas realizando altos estudos sobre a melhor maneira de desacelerar a economia.

Freitas Júnior perguntou se já existe um ranking mundial em relação à FIB, e Magui disse que não. Mas logo isso será possível, até porque esse índice já foi reconhecido pela ONU.




NOTA DO RESENHISTA

A 5ª Conferência Internacional sobre a Felicidade Interna Bruta ocorreu em Fortaleza durante o último fim de semana, no Centro de Eventos de Fortaleza, dentro da programação da X Bienal do Livro. Dentre os palestrantes esteve o presidente do Centro de Estudos do Butão, Dasha Karma Ura.

O tema da felicidade coletiva foi levantado pela primeira vez nos anos 70, por pesquisadores  da Dinarmaca que estudaram o comportamento dos povos pigmeus africanos, que, ao travarem contato com a civilização, consideraram o rádio portátil e o avião sintomas de infelicidade dos países desenvolvidos. Dizem os felizes liliputianos que não precisam de uma caixinha sonora, pois preferem produzir sua própria música, e que estão felizes onde vivem, de modo que não vêm utilidade em uma máquina que os transporte a outros lugares.

Reginaldo Vasconcelos
O livro virtual “Euthymia, a Felicidade Essencial”, do acadêmico e resenhista Reginaldo Vasconcelos, que tem link na coluna lateral deste blog, aborda exatamente esse tema do contentamento íntimo, que agora atinge a preocupação de sociólogos e de economistas que estudam o bem estar da coletividade, com influência do Concerto das Nações.




Vide: www.contrapontofortaleza.blogspot.com.br